terça-feira, novembro 29, 2005

Um amor sem sentido

Eles conheceram-se e o mundo pareceu ter-se eclipsado. Amaram-se rápida e sofregamente, como se o momento fosse o único futuro possível. E cada encontro era uma combustão de sentidos.
Pouco a pouco estes foram acusando o desgaste da erosão. Primeiro imperceptível e depois catastroficamente. O olhar que já não detectava o brilho, o ouvido que já não percebia o respirar profundo, o odor que já não encantava, o sabor que já não fazia água na boca, o tacto que já não percebia o toque.
Sentaram-se e olharam-se uma vez mais e perceberam que o seu amor já não tinha sentidos.

Sem comentários: