sexta-feira, novembro 25, 2005

As Redes de Suporte Afectivo

Estranho nome técnico (e frio) para dar a algo tão normal e quente como, por exemplo, a nossa família. Embora, infelizmente, também ela seja para várias pessoas um território frio e inerte. Isto vem a propósito de um post do Murcon em que se menciona um estudo realizados nos EUA em que se chegou à conclusão que as mulheres são as grandes mediadoras destas redes de suporte afectivo. Sendo, sobretudo, elas que dinamizam a família.
Este post fez-me recordar o meu professor de francês do 12º. Numa certa aula, não lembro já a propósito do quê, ele contou que quando a mãe era viva, chegavam a reunir-se na casa da família mais de trinta pessoas, entres filhos, noras, genros e netos. Após a morte da mãe dele, essa união dissipou-se. e, embora não compreendendo na altura muito bem o alcance dessas palavras, no entanto, as mesmas não me saíram da cabeça.
Só mais tarde, quando a minha própria mãe morreu, pude compreender em toda a sua plenitude o alcance dessas palavras. E por isso compreendo os resultados desse estudo. As mulheres e sobretudo as mulheres-mães são os grandes pilares destas redes.
Com a ausência da minha mãe a minha rede familiar sofreu um enorme abalo, como podem calcular. No entanto, e sempre tendo em mente aquelas palavras do meu professor, depois de todos nós nos reorganizarmos um pouco, procurei manter essa unidade familiar. Assumi assim esse papel de pilar centralizador da minha família. Procuro, com uma certa frequência, organizar alguns jantares lá em casa for a do calendário habitual de aniversários. É claro que de vez em quando surge a questão: é por alguma razão em particular? Não, é só para estarmos um bocado junto. Acho que é razão mais do que suficiente. A minha família é a única que tenho e o meu bem-estar está muito ligado ao bem-estar deles. Se estiverem bem, eu estou tranquila.

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