sexta-feira, novembro 26, 2004

Aviso à Circulação

JOÃO MANUEL VIEIRA
30-11-04
Terça-Feira
22h30
Paradise Garage
10 Euro (c/ 1 bebida)
Concerto de 20 anos para gravação de DVD


You Are the Enthusiast
7

You are outgoing and playful - always seeing the happy side to life.
You're enthusiastic and excitable. You love anything new.
Multi-talented, you do many things well... and find success easy.
You prefer to keep things light with others. Opening up is hard for you.



Marjane Satrapi

“…, quando se vive em democracia, as pessoas imaginam que, para mudar um regime, basta que o povo assim queira…”
“… escrever era a única maneira de falar sem ser interrompido. Decidi, então, escrever de uma vez por todas a minha história para não ter nunca que voltar a explicar.”
“Não são as culturas que são diferentes, são os costumes, a História, a linguagem é uma forma de nos apercebermos disso.”
“Temos que fazer um esforço para fazer a triagem do que é partilhável do que não é.”
“Não se pode ignorar a política porque cada decisão altera definitivamente a nossa vida.”
“O mundo divide-se entre os que têm medo e os que não têm medo. Quem não tem medo vai para a frente, abre-se aos outros; quem tem medo fecha-se em casa, não vê nada. Nada é mais perigoso do que alguém que tem medo.”
“… é evidente que eu sou eu, mas sou também o fruto dessa história.”
“Vive-se num estado de espírito em que não se pertence a sítio nenhum, o que não me desagrada, até me dá uma certa liberdade.”
“Bebe o vinho antes que te transformes na jarra que o contém.”
“antes, as pessoas tinham direito a ser pobres e dignas. Hoje, quando se é pobre, tiram-nos o direito à dignidade. Há uma exigência de ser rico… de ser novo, de ser belo. É preciso ser tudo.”
“acho indecente, desonesto que seja necessário que morram homens da superpotência para que o mundo faça três minutos de silêncio.”
“Temos sempre de passar pelo sangue para que as pessoas tomem consciência.”
“As pessoas pensam que a democracia é um dado adquirido, ora a democracia é frágil e está fragilizada por estas politicas “securitárias” que se fazem em nome da luta contra o terrorismo.”
“é preciso estar-se muito vigilante, é preciso votar e não esquecer que é possível combater estas derrapagens.”
“O que é um estilo? Um estilo é tudo o que não funciona. O que funciona é o que todos temos em comum, o que todos sabemos fazer. Um estilo é tomar em consideração tudo o que não dominamos e, do que não dominamos, fazer qualquer coisa.”
“são as subtilezas que fazem a diferença.”
“Acredito que há uma frase certa que deve ser encontrada. É por isso que, quando escrevo, reescrevo milhares de vezes, até encontrar a frase que me parece ser a certa na sua simplicidade.”
“Bebe porque a noite é breve, bebe porque não sabes de onde vens, festeja porque não sabes para onde vais.”

Entrevista in Ler #63

Para Rir

THE END IS NIGH (DVD) 3-4 weeks diz:
vou só tomar banho
Heidi On the Rocks (www.dinai.blogspot.com) diz:
badalhoco
THE END IS NIGH (DVD) 3-4 weeks diz:
já volto
THE END IS NIGH (DVD) 3-4 weeks diz:
antes de sexo oral convem
THE END IS NIGH (DVD) 3-4 weeks diz:
entenda-se por sexo oral falar de sexo
Heidi On the Rocks (www.dinai.blogspot.com) diz:
lolololol
THE END IS NIGH (DVD) 3-4 weeks diz:
porque afinal um exame oral não é lamber nem chupar um teste, mas sim falar
Heidi On the Rocks (www.dinai.blogspot.com) diz:
lolololol
THE END IS NIGH (DVD) 3-4 weeks diz:
diz-se que uma pessoa tem uma boa higiene oral quando não dá erros de linguagem

quarta-feira, novembro 24, 2004

Oculto no silêncio

Oculto no silêncio
o desejo ardente
que nem o olhar revela.
apenas o inexperiente palpitar
do meu coração
assim o desmente.

terça-feira, novembro 23, 2004

Amnésia

Espero no momento
A vida esquecida de outrora
Do brilho das luzes
Da euforia do álcool
Do calor dos corpos
Dos desejos cruzados
Do não haver amanhã
Que me persiga ou amedronte
Das ressacas curtidas
Ao sol ofuscante da tarde
Espero relembrar onde foram
Esses momentos perdidos
E talvez descobrir o acontecido.

Junto a ti, longe de ti

Junto a ti, longe de ti
Conheço e desconheço
O que me faz olhar
E descobrir em ti
O que de mim nos liga

sábado, novembro 20, 2004

Wishlist, P. Jam

Wishlist
I wish I was a neutron bomb, for once I could go off,
I wish I was a sacrifice but somehow still lived on,
I wish I was a sentimental ornament you hung on,
The Christmas tree, I wish I was the star that went on top,
I wish I was the evidence, I wish I was the ground,
For 50 million hands up raised and open toward the sky.

I wish I was a sailor with someone who waited for me,
I wish I was as fortunate, as fortunate as me,
I wish I was a messenger and all the news was good,
I wish I was the full moon shining off a Camaro's hood.

I wish I was an alien at home behind the sun,
I wish I was the souvenir you kept your house key on,
I wish I was the pedal brake that you depended on,
I wish I was the verb 'to trust' and never let you down.

I wish I was a radio song, the one that you turned up,
I wish, I wish, I wish, I wish and I guess it carries on.

sexta-feira, novembro 19, 2004

CSI

Esta é a única série que actualmente sigo nas televisões nacionais tradicionais e que me desperta o interesse de voltar a ver o próximo episódio. Vejo porque a medicina e a investigação forense são áreas que me intrigam, o que consequentemente de certa forma me seduzem. E depois os aspectos de importância do mínimo pormenor e dedução lógica são igualmente cativantes.
Muito se tem escrito sobre a série, uma das vertentes normalmente referidas é a profundidade das personagens, mas sinceramente não concordo muito. A informação sobre o back ground das personagens é mínima e a edição bastante rápida e dinâmica não favorecem essa ideia.
O bom do CSI é exactamente o acompanhamento dos casos e o raciocínio a eles inerentes aliados a uma vertente científica. Aliás, esta série é uma espécie de Mega Ciência para mais crescidos. Outro ponto de vista positivo é que vamos ficando com umas luzes de como não cometer certos crimes.

Branca de Neve?

Pois é, há pouco tempo fiz vários testes destes que se encontram na blogosfera e segundo dois deles eu tenho personalidade de Branca de Neve. Querem lá ver?
I am Princess Snow White!

Which Disney Princess Would You Be?


I am Snow White

Which Fables character are you?


quarta-feira, novembro 17, 2004

De intimidade


Li algures numa revista uma constatação, que passe o pleonasmo, já tinha constatado há muito tempo. Para a maioria das pessoas a noção de intimidade tem única e exclusivamente uma vertente sexual. Ou seja, para essas pessoas ser íntimo de alguém é somente ter relações sexuais com essa pessoa.
Já eu e uma minoria não nos revemos neste noção demasiado reduzida da palavra. Ter intimidade com alguém é ter a confiança e o à vontade para confidenciar os nossos pensamentos, os nossos desejos, os nossos complexos e fraquezas com alguém que sabemos que nos vai ouvir. Alguém que nos poderá ou não aconselhar, mas que sobretudo não irá emitir juízos de opinião levianamente. E estabelecer esta relação e nível de intimidade é sim um desafio e uma das mais gratificantes aventuras de conhecimento humano. É ao desenvolver esta intimidade que crescemos.
Por isso há tantas relações que não vingam. As pessoas preocupam-se mais em ter uma intimidade física do que em estabelecer relações de verdadeira intimidade. Já ninguém tem amigos íntimos (que até são platónicos), tem amigos coloridos.
E já tentaram fazer alguém compreender esta grande subtileza? Às vezes é muito complicado. Mas ainda bem que não sou a única a pensar deste modo.

Louras à Força

Louras à Força é mais uma demonstração do potencial dos irmãos Wayans como comediantes de pois de filmes como Scary Movie e O quinteto da Morte. Neste filme temos dois desastrados agentes do FBI que se vêem obrigados a proteger duas jovens e louras herdeiras de uma ameaça de rapto. E qual a melhor maneira de as proteger, do que se fazerem passar por elas, com todas as situações hilárias e equívocos que isso possa provocar. Temos assim um filme despretensioso e divertido, recomendado para uma sexta à noite ou simplesmente para uma reunião de amigos.

Ainda não vi, mas...




Você é "E sua mãe também" de Alfonso Cuaron. Você é imaturo e despretencioso. Mas consegue se divertir e como!!
Faça você também Que bom filme é você? Uma criação deO Mundo Insano da Abyssinia


terça-feira, novembro 16, 2004

20 Anos Live Aid15 Anos The Wall


A semana passada relembraram-se dois dos mais memoráveis concertos musicais da história: o Live Aid (há 20 anos) e o The Wall (após a queda do muro de Berlim, há 15 anos). É claro que não estive presente em nenhum deles, mas fui uma dos milhões de pessoas que por todo o mundo assistiu às suas transmissões na televisão. Foram dois concertos que marcaram uma geração, ou talvez mais, mas creio que pelo menos a geração que agora está entre os trintas e quarentas os relembra e revê com certa nostalgia.
Quando Live Aid foi transmitido era ainda uma criança, mas recordo-me perfeitamente dos meus irmãos (dez e oito anos mais velhos que eu) ficarem presos em frente à tv. De imagens concretas, lembro-me do extravagante fato do Bob Geldof.
Já do The Wall Live in Berlin tenho uma memória bem mais presente. Lembro-me de achar tudo aquilo avassalador e extraordinário. O que me levou a visitar recorrentemente a minha gravação VHS do concerto. Sim, ainda sou do tempo do VHS…
A verdade é que tudo isto me lembrou todos aqueles e-mails que recebemos ocasionalmente sobre tudo o que os jovens que agora têm 18 anos perderam. A verdade é que eles podem ter os Rock in Rio, mas nós temos outras memórias e eu sinceramente não as troco.

Cats

Pois é! Eu fui umas das pessoas a estar na plateia a aplaudir este grande musical. Depois de julgar que não tinha bilhetes, houve alguém que me surpreendeu e muito bem. Então lá fui eu ver os mais famosos gatos do mundo. Julgo eu!
Apesar de conhecer as canções e a história de outras audições, não deixa de ser mágico ver the real thing ao vivo.
Mas mais do que as minhas palavras deixo-vos uma das mais belas canções de musicais…

Midnight, not a sound from the pavement
Has the moon lost her memory?
She is smiling alone
In the lamplight, the withered leaves collect at my feet
And the wind begins to moan

Memory, All alone in the moonlight
I can smile at the old days
I was beautiful then
I remember the time I knew what happiness was
Let the memory live again

Every streetlamp seems to beat
A fatalistic warning
Someone mutters and the street lamp gutters
And soon
It will be morning

Daylight
I must wait for the sunrise
I must think of a new life
And I mustn't give in.
When the dawn comes, tonight will be a memory too
And a new day will begin

Burnt out ends of smoky days
The stale cold smell of morning
The streetlamp dies, another night is over
Another day is dawning...

Optional verse:
Sunlight through the trees in summer,
endless masquerading...
Like a flower, as the day is breaking,
The memory is fading...

Touch me,
It's so easy to leave me
All alone with my memory
Of my days in the sun...
If you touch me, you'll understand what happiness is
Look, a new day has begun.

Bigada Little Pear Tree


Lambe-Me


discover what candy you are @ quiz me

Finjo não saber

Finjo não saber o vazio que me roi a alma
Escondo-me nas noites inconsequentes
No álcool libertador de qualquer pensamento
Na ressaca que me impede de pensar
Passo de hora em hora na ilusão
De que algo me preenche
Mas só eu preencho um espaço
Um ponto minúsculo, infímo
Impossível de conter um traço que seja
Um traço de criatividade
Uma curva de dúvida
Um acento de certeza
Impeço-me de parar
Porque inevitavelmente
Percebo o nada que sou
E não consigo fugir
À opressão do vazio.

sexta-feira, novembro 12, 2004

Mas porque é que haveria de ler?

Toda a gente que me conhece sabe, ou acaba por saber, que gosto muito de ler e leio com alguma frequência. Então, digamos que a pergunta de teor literário mais frequente nos últimos tempos tem sido qualquer coisa do género: já leste o Código Da Vinci? E quando eu respondo não, as pessoas ficam espantadas. Aliás, a indagação posterior costuma ser: mas gostas tanto de ler e ainda não leste este, dizem que é muito bom.
Há que esclarecer umas coisas: já não ando na escola, logo não tenho leituras obrigatórias; o meu trabalho não implica a leitura de qualquer obra literária; e, por último mas não menos importante, o facto de um livro ser um grande sucesso editorial não me obriga em nada a lê-lo.
Gosto de ver que as pessoas estão a aderir ao livro, porque acho a leitura um exercício bastante importante. E é melhor que leiam o Código Da Vinci do que jornais sensacionalistas e revistas cor-de-rosa. Pelas críticas e comentários que já li, o livro parece ser bastante apelativo e apresenta uma boa técnica de suspense, que aliada à temática abordada são realmente os ingredientes para um grande sucesso.
Relativamente à celeuma que envolve a sua temática (uma desconstrução de certas ideias que serviram de pilar à igreja católica e aos seus dogmas) não é o que mais me apela, porque não é a primeira vez que eu leio ou vejo qualquer filme ou documentário sobre o assunto. Ou seja, o livro poder-me-á dar novas perspectivas mas o tema em si não é novo.
Quanto ao facto de que toda a gente o lê não implica que eu também o faça. Uma das coisas que mais me dá prazer é chegar às minhas prateleiras ou a uma livraria e pegar num livro que me seduza naquele momento. Seja porque gosto do autor, seja porque a história me parece interessante. É um daqueles prazeres e direitos dos quais não abdico: seguir a minha intuição e ler aquilo que em principio me vai dar algo de novo. Por isso, prefiro continuar a seguir o meu solitário e egoísta caminho de enriquecimento e prazer pessoal.
Já lá dizia o poeta: não sei por onde vou, mas sei que não vou por aí.

Erramos

Erramos
De lugar em lugar
De momento em momento
De pessoa em pessoa.
Vagamos os lugares
Escoamos os momentos
Passamos as pessoas
Tudo fugaz
Inconstante, impreciso
Sem sabermos nunca
Um destino coerente
Um porto seguro
Perdidos
No Inverno gélido
Protegidos pelo sintético
Que não aquece a alma
Nem o coração.

quinta-feira, novembro 11, 2004

Crentes no regresso dos segundos

Os segundos que tardam em passar
São perdidos na ignorância.
Voltam jamais e nada fizeram
É ilusão o relógio na parede
Na sua marcha repetitiva
Faz-nos crer
Que o tempo vai e volta
Mas o seu monótono percurso
É ludibriado a cada momento
Os números repetem-se
Mas nunca os segundos
Mal espreitam, mal fogem
E não retornam
Nunca
Ao ponto de partida
E enganados vamos
Crentes no regresso
Dos segundos perdidos
Como que por magia
Quando o momento por fim surge
Quando o tempo é necessário
Por gozo, crueldade mesmo
Insiste em partir
Mais rápido ainda
Do que já partido tinha.

terça-feira, novembro 09, 2004

Ó Pra Mim



Friends Quiz


YOU’RE CHANDLER MURIEL BING – Bing! You’re the entertainer among your friends, and they always look to you when they need some laughs to cheer them up. Although some might see you as a little too soft, that’s just because you love and trust your friends so much. You’re not that much of a wild, party person, and really all that’s required to make you happy is a good pal who’ll listen to you. You love making jokes, and although no one laughs at them sometimes, your friends know they can rely on you for some icebreakers here and there. You’re loyal, you’re compassionate, you’re our Chan-Chan person, and even though they might not show it, your friends love you for all those things!

Who Wants to Live Forever, Queen

There's no time for us
There's no place for us
What is this thing that builds our dreams
yet slips away from us

Who wants to live forever
Who wants to live forever....?

There's no chance for us
It's all decided for us
This world has only one sweet moment set aside for us

Who wants to live forever
Who wants to live forever?

Who dares to love forever?
When love must die
But touch my tears with your lips
Touch my world with your fingertips
And we can have forever
And we can love forever
Forever is our today

Who wants to live forever
Who wants to live forever?

Forever is our today
Who waits forever anyway?

sábado, novembro 06, 2004

Vais…?

Vais sacrificar o quê?
Vais ceder em quê?
Vais doar o que?
Vais permitir-te receber o quê?
Vais deixar cair que defesas?
Vais ouvir o quê?
Vais partilhar que momentos?
Vais contar que histórias?
Vais abrir o coração?
Vais Sarar que feridas?
Vais permitir-te amar?
Vais deixar-te fluir?
Vais aonde?
Queres chegar onde?

Don´t Dream is Over, C. House

There is freedom within, there is freedom without
Try to catch the deluge in a paper cup
There's a battle ahead, many battles are lost
But you'll never see the end of the road
While you're travelling with me

Hey now, hey now
Don't dream it's over
Hey now, hey now
When the world comes in
They come, they come
To build a wall between us
We know they won't win

Now I'm towing my car, there's a hole in the roof
My possessions are causing me suspicion but there's no proof
In the paper today tales of war and of waste
But you turn right over to the T.V. page

Hey now, hey now
Don't dream it's over
Hey now, hey now
When the world comes in
They come, they come
To build a wall between us
We know they won't win

Now I'm walking again to the beat of a drum
And I'm counting the steps to the door of your heart
Only shadows ahead barely clearing the roof
Get to know the feeling of liberation and release

Hey now, hey now
Don't dream it's over
Hey now, hey now
When the world comes in
They come, they come
To build a wall between us
Don't ever let them win

sexta-feira, novembro 05, 2004

Piratas das Caraíbas – A Maldição do Pérola Negra


Este é o regresso a um género que fez as minhas delícias na infância. Quantos Domingos à tarde não me deliciei a ver filmes de capa e espada na RTP1. Com o Errol Flynn, o Stewart Granger, e outros cujo nome nunca soube.
A verdade é que me diverti a ver este Piratas das Caraíbas. Tem algumas cenas de espada muito engraçadas, especialmente uma entre o J. Depp e o O. Bloom, interpretações jeitosas e uma história minimamente coerente e pontuada por bons momentos de acção. Gostei muito da personagem do J.Depp e só agora percebi o porquê da sua nomeação aos Óscares.
É um bom filme de Domingo à tarde.

Terminal de Aeroporto


Há quem considere que a nossa pátria é parte indistinta da nossa identidade. Ou seja, o facto de, por exemplo, ter nascido em Portugal imprimirá em mim uma qualquer marca indelével na minha personalidade e identidade.
Mas, e se, de repente, a minha pátria deixar de existir?
Deixarei eu também de existir?
Ou serei simplesmente eu, sem um dos rótulos que me podem ser associados?
No entanto, a nacionalidade é um dos rótulos sem o qual, nos dias de hoje, não podemos passar. Que o dia Viktor Navorski, a personagem interpretada por Tom Hanks, Oriundo de um pequeno pai do Leste europeu. Exactamente quando Viktor chega aos EUA, a sua pátria deixa de existir e todos os seus documentos se tornam inválidos. Sem qualquer tipo de documentação reconhecida por lei, e por isso impedido de entrar no país, bem como de sair, Viktor vê-se na contingência de viver no aeroporto durante vários meses. E é este período que vamos acompanhar. Como (sobre)viver num local de passagem?
Dificuldades à parte, desenvolvem-se amizades com direito a sacrifícios finais, há até tempo para um pequeno interlúdio amoroso, mas sobretudo podemo-nos aperceber do ridículo e das ironias que esta situação envolve.
É um filme que se vê muito bem, apesar de não ter gostado muito do final que achei bastante previsível. Gostei do genérico inicial a lembrar o Apanha-me Se Puderes, esse sim genial.

quinta-feira, novembro 04, 2004

Lembrança de um gesto familiar

Tento fixar
Neste gesto familiar
Da campainha a soar

A despedida, o adeus
Que disseste sem dizer
Uma única palavra.

O olhar perdido
no calor sentido
do café bebido

deixaste o dinheiro na mesa
no ar a certeza
de nenhuma fraqueza.

Viras as costas
Viras a página
Viras tudo do avesso

Lá fora vai
o frio que estremece
a chuva que cai.

Aqui eu estou
com o calor ao redor
E um vazio de dor.

A campainha a soar
E este gesto familiar
Que tento lembrar.

Estação das Chuvas, Agualusa


“Quando morreu estava já tão desprovida de existência que foi necessário vestir-lhe as suas roupas mais concretas, perfumar-lhe o corpo todo, pintar-lhe com cores aflitas o cabelo e as unhas das mãos e dos pés para que se tornasse credível que em tempos fora pertença deste mundo.”
“… um profeta, para ser autêntico, precisa apenas de se sentir autêntico.”
“Lídia aceitava o amor de Alberto com alegria mas sem alvoroço.”
“O muito pouco que restou dele morreu dez anos depois.”
“As mulheres assim é sempre de repente que acontecem.”
“aquele nome era uma cicatriz de infância.”
“Não é uma mulher, é um pressentimento.”
“Eu já não acreditava em nada, mas sabia que não tinha o direito de contaminar os outros com a minha descrença.”
“O amor torna as pessoas ridículas. O ódio é um sentimento mais respeitável.”
“Quando o dólar manda até a merda anda.”
“Julgo que foi em Março. É quando o calor coincide com a água e esse excesso de energia transtorna a natureza. As flores ardem de febre e os animais de cio. Os crimes aumentam nos subúrbios.”
“O difícil, depois, era despir à verdade o manto de fantasia.”
“O medo. O verdadeiro medo, deixa-nos exaustos.”
“O heroísmo é apenas uma forma de estupidez, talvez a mais perigosa.”
“Não sou racista, mas também não sou daltónico.”
“Acho que é necessária uma certa inocência para que a maldade se manifeste nas suas formas mais exuberantes. (…) os grandes torturadores são quase sempre homens que não tiveram infância e por isso a exercem mais tarde.(…) só os inocentes são culpados.”
“A poesia era um destino irreparável, naquela época…”
“Não suporto o silêncio das árvores.”
“O exílio é onde em nada nos reconhecemos, o exílio é o silêncio hostil das coisas.”
“O meu avô ensinou-me a ser céptica. Sobretudo, ensinou-me a desconfiar dos iluminados, daqueles que conhecem os destinos do mundo. Dizia-me: “As asas acontecem tanto aos anjos, como aos demónios, como às galinhas. Por precaução, o melhor é tratar a todos como galinhas.”
“já reparaste que os melhores escritores angolanos são brancos ou mestiços, os melhores escritores sul-africanos são bóeres, os melhores escritores do mundo são judeus?
Há urgência naquilo que eles escrevem. Eles sofrem, estão doentes. Escrevem porque precisam de saber quem são.”
“Mais prático do que morrer é nunca ter existido.”Já não sei quem fui, quem sou. Já não sei o quanto de mim é, não a vida, mas aquilo que da vida em algum livro eu.Lidia do Carmo Ferreira

quarta-feira, novembro 03, 2004

Last Kiss, P. Jam

Oh where, oh where, can my baby be?
The Lord took her away from me
She's gone to heaven, so I've got to be good
So I can see my baby when I leave this world

We were out on a date in my daddy's car
We hadn't driven very far
There in the road, straight ahead
A car was stalled, the engine was dead

I couldn't stop, so I swerved to the right
I'll never forget the sound that night
The screaming tires, the busting glass
The painful scream that I heard last

Oh where, oh where, can my baby be?
The Lord took her away from me
She's gone to heaven, so I've got to be good
So I can see my baby when I leave this world

When I woke up the rain was pouring down
There were people standing all around
Something warm flowing through my eyes
But somehow I found my baby that night

I lifted her head, she looked at me and said
"Hold me darling, just a little while"
I held her close, I kissed her, our last kiss
I found the love that I knew I had missed.

Well now she's gone
Even though I hold her tight
I lost my love, my life, that night.

Oh where, oh where, can my baby be?
The Lord took her away from me
She's gone to heaven, so I've got to be good
So I can see my baby when I leave this world

Não tenho segredos, sou um livro aberto

Não tenho segredos, sou um livro aberto
Apenas não te cedo o que sei de mim
Até porque, por vezes, apenas finjo saber
O que vai e o que não vai por dentro.
Não é uma questão de te guardar segredo
Apenas não sou receptiva a revelar-me
Por medo de não haver retorno
Uma vez dito, não há desdito
Por sentir que não me compreenderias.
Além de me contar
Teria de me explicar
E não sabes o esforço que isso implica.
Dizer é algo, justificar é diferente
É sentir que me invades
Naquilo que é verdadeiramente só meu
As minhas memórias e perspectivas
Que diferem das tuas
Mesmo que vividas simultaneamente
Tão diferentes que sinto por vezes
A necessidade de me explicar
Para que me compreendas
Mas revelar-me é tão complicado
E a aura do segredo
É bem mais simples e sedutora
Como um imã
E enquanto me escondo
Gravitas em meu redor
Atraído pela possibilidade
De saber o que não sei.

terça-feira, novembro 02, 2004

Eu sei que vou te amar, V. Moraes

Eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida eu vou te amar
Em cada despedida eu vou te amar
Desesperadamente eu sei que vou te amar
E cada verso meu
Será pra te dizer
Que eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida

Eu sei que vou chorar
A cada ausência tua vou chorar
Mas cada volta tua há-de apagar
O que esta ausência tua me custou
Eu sei que vou sofrer
A eterna desventura de viver
À espera de viver ao lado teu
Por toda a minha vida.

O Meu Nome

Vem dos termos germânicos “adal” (nobre) e “haidu” (qualidade). O conformismo passa-lhe ao lado e pauta a sua vida pela versatilidade e sociabilidade. Trata-se de uma pessoa bastante feminina, para quem o teatro e os jogos de sedução não têm segredos. Gosta de voos altos, mas volta à terra com a maior facilidade. Os seus pontos fortes assentam sobretudo na adaptabilidade, originalidade e facilidade de comunicação. Por outro lado, tem também um carácter volúvel, superficial e oportunista