Nunca li nada de Luísa Dacosta, embora o nome já me tenha passado pela frente. No entanto, foi com extremo gosto que li a sua “autobiografia” na última edição do JL. E porquê? Houve dois pormenores da sua vida com os quais me identifico. Disse pormenores? Não o são. Podem apenas assim parecer, mas são dois enormes aspectos das nossas vidas.
Primeiro. A autora durante toda a sua adolescência se viu como a reencarnação de sua avó paterna, falecida prematuramente por doença. Tendo a família sempre a lembrá-la das suas parecenças com a avó, ela considerava-se como uma segunda via dessa primeira vida.
Eu recebi o meu nome em homenagem à minha avó materna que faleceu ainda a minha mãe era bebé, e de quem ela não tinha qualquer recordação. A sua figura sempre foi para mim muito enigmática e também eu me via no dever quase moral de viver o que ela não pode viver. Ela é uma espécie de fantasma sempre presente.
Segundo. Luísa afirma que para ela há uma “outra vida para além da escrita: a da mulher que lia. ”
Não consigo conceber a minha vida sem as minhas leituras. Estão indelevelmente no meu ser. Poderia até abdicar de futuras leituras, mas não poderei abdicar do passado. Está impregnado na minha pele, no meu ser. Sou fruto das minhas vivências, sejam elas próprias ou alheias.
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