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Esta crónica fez-me reflectir. E sim, é verdade. Afasto muitas vezes de mim pessoas que se poderiam tornar importantes. Às vezes faço-o racionalmente, outras nem por isso. Não sou a única. Será que as outras pessoas também se apercebem disso?
No nosso quotidiano habituamo-nos a outra abreviatura, a outro sol. A solidão. Sabemos viver com ela. De tal modo que não conseguimos abrir espaço para que algo mais brilhe nas nossas vidas. Somos reis e senhores das nossas vidas, dos nossos vários sóis. Seremos verdadeiramente felizes? Foi isto que inicialmente desejámos?
Não quis ser o sol que sou. Mas, gradualmente, fui-me assim transformando. Apercebi-me, já a mutação tinha ocorrido. Poderei uma vez mais transmutar-me e voltar ao inicialmente idealizado? Conseguirei ainda abdicar desta solidão a que já me acostumei e que me é já conhecida? Um terreno já conquistado e sem surpresas que me retirem o aparente domínio sobre o meu futuro? Continuará este sol a brilhar?
3 comentários:
Não há qualquer incómodo grave e genuíno na solidão: tal como o Astro-Rei, todos temos que brilhar intensamente enquanto estamos sós até aparecer alguém capaz de entender, aceitar e sobreviver ao nosso brilho. É por isso que os mais brilhantes estão "condenados" à mais duradoura das solidões...
Na pior das hipóteses, acabaremos por nos tornar "buracos negros" que levarão uma existência eterna e medonha a sugar tudo o que apanham à volta, incluindo a luz alheia. E, contrariamente à opinião dos moralistas e filósofos, não é uma má alternativa!
Vampiros Astronómicos! ;)
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