sexta-feira, novembro 18, 2005

António Gedeão

Quem de nós falará aos homens que hão-de vir
Quando grande clarão encher de luz
E pasmo as nossas bocas?
E como?
Que língua entenderão eles?
Que símbolos, que sinais, que apagados murmúrios,
Lhes falarão de nós
Desta fluida e versátil multidão,
Destes seres que aparentam rosto humano
E como tal comovem,
Mas que olhados do alto são lepra do planeta.
Que significará sofrer, amar, lutar,
Quando as nossas misérias e tormentos
Não forem mais do que pegadas fósseis?
(…)
que verbo deverá ficar gravado na pedra que o vento não corroa
(…)
como será amor em língua cibernética?

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