sexta-feira, novembro 12, 2004

Mas porque é que haveria de ler?

Toda a gente que me conhece sabe, ou acaba por saber, que gosto muito de ler e leio com alguma frequência. Então, digamos que a pergunta de teor literário mais frequente nos últimos tempos tem sido qualquer coisa do género: já leste o Código Da Vinci? E quando eu respondo não, as pessoas ficam espantadas. Aliás, a indagação posterior costuma ser: mas gostas tanto de ler e ainda não leste este, dizem que é muito bom.
Há que esclarecer umas coisas: já não ando na escola, logo não tenho leituras obrigatórias; o meu trabalho não implica a leitura de qualquer obra literária; e, por último mas não menos importante, o facto de um livro ser um grande sucesso editorial não me obriga em nada a lê-lo.
Gosto de ver que as pessoas estão a aderir ao livro, porque acho a leitura um exercício bastante importante. E é melhor que leiam o Código Da Vinci do que jornais sensacionalistas e revistas cor-de-rosa. Pelas críticas e comentários que já li, o livro parece ser bastante apelativo e apresenta uma boa técnica de suspense, que aliada à temática abordada são realmente os ingredientes para um grande sucesso.
Relativamente à celeuma que envolve a sua temática (uma desconstrução de certas ideias que serviram de pilar à igreja católica e aos seus dogmas) não é o que mais me apela, porque não é a primeira vez que eu leio ou vejo qualquer filme ou documentário sobre o assunto. Ou seja, o livro poder-me-á dar novas perspectivas mas o tema em si não é novo.
Quanto ao facto de que toda a gente o lê não implica que eu também o faça. Uma das coisas que mais me dá prazer é chegar às minhas prateleiras ou a uma livraria e pegar num livro que me seduza naquele momento. Seja porque gosto do autor, seja porque a história me parece interessante. É um daqueles prazeres e direitos dos quais não abdico: seguir a minha intuição e ler aquilo que em principio me vai dar algo de novo. Por isso, prefiro continuar a seguir o meu solitário e egoísta caminho de enriquecimento e prazer pessoal.
Já lá dizia o poeta: não sei por onde vou, mas sei que não vou por aí.

3 comentários:

Anónimo disse...

O Código Da Vinci não passa de uma moda, tal como a mini-saia, as meias multi-coloridas, entre outras.
As pessoas lêem o livro Pq. toda a minha gente o faz, e não porque ele seja bom ou mau
Passou-se o mesmo há uns anos a traz entre a Juventude a moda do “Diablo”, brinquedo bem velho, que alguém conseguiu ressuscitar e tornar numa moda fervilhante que todas as crianças tinham um.
Eu mesmo tinha decidido cerca de 2 meses antes de o livro sair que não ia ler o livro.
Decisão tomada aquando da recepção de um e-mail de um amigo meu (recentemente ordenado diácono) a explicar a história geral do livro (até hoje confirmada por todos os que leram o livro), criticas positivas ao livro, criticas negativas e uma vasta bibliografia já publicada e outras a publicar sobre as falhas que o livro tem em relação à interpretação do código

Tenho Dito.
Little_Pear_Tree

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

Há uns anos "a traz"?! Este sócio é que precisa URGENTEMENTE de algum tempo de leitura. Recomendo uma obra vulgarmente designada de "Gramática de Português"...