terça-feira, novembro 16, 2004

Finjo não saber

Finjo não saber o vazio que me roi a alma
Escondo-me nas noites inconsequentes
No álcool libertador de qualquer pensamento
Na ressaca que me impede de pensar
Passo de hora em hora na ilusão
De que algo me preenche
Mas só eu preencho um espaço
Um ponto minúsculo, infímo
Impossível de conter um traço que seja
Um traço de criatividade
Uma curva de dúvida
Um acento de certeza
Impeço-me de parar
Porque inevitavelmente
Percebo o nada que sou
E não consigo fugir
À opressão do vazio.

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