sábado, julho 09, 2005

dúvidas, obsessões e ironias

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Como é que podemos falar das coisas sem realmente as mencionar, para desabafar mas sem que tudo se torne domínio público. Como manter a nossa privacidade e mesmo assim relatar aquilo que nos empolga ou, melhor, aquilo que nos apoquenta.
Tenho muitas vezes esta dúvida… até que ponto expor aqui ou não o meu ego, a minha anima, a minha persona, as minhas máscaras.
Talvez, se todos os leitores que passam por esta páginas fossem ilustres desconhecidos, eu arriscasse mais nas minhas confissões, nas minhas dúvidas, nos meus desejos… mas nem todos os são. E será que tenho coragem para tudo revelar? Não, não tenho…
Talvez porque sinto a necessidade de ter um espaço só meu, sem qualquer hipótese de ser questionada.
Lá vai uma declaração para quem ainda não percebeu: odeio ser questionada. Sinto-me pressionada. Quando pergunto gosto de ser respondida, quando me perguntam gosto de responder. E por vezes não sei o que responder, talvez porque nem tudo está definido e cada resposta é uma tentativa de definição. E não há definição ou a definição não é coerente com o que almejamos.
Lá vai outra declaração: tenho uma certa obsessão com a coerência. E quando me vejo a ser incoerente nas minhas palavras e nos meus actos, sinto-me falsa, imperfeita. Não gosto de me sentir imperfeita. E sim, eu sei que o sou. Mas uma coisa é ter essa ideia e outra é confrontarmo-nos com o facto.
Por isso tenho esta outra obsessão: tentar ser melhor, tentar ser uma pessoa melhor. Encaro a vida como um percurso kármico, mas vejo-me a falhar no meu propósito tantas, tantas vezes. E é por isso que me refúgio tanto na leitura e no cinema. Não é pelo entretenimento que me podem dar, é pelas lições de vida que posso adquirir. Tenho pena de nem sempre as concretizar, de nem sempre ter o discernimento de as utilizar ou de as saber utilizar.
Talvez com o tempo as aproveite melhor…
Tanto talvez na minha vida, já repararam?
E eu que julgava que não era de obsessões.

A IRONIA DE TUDO ISTO.

2 comentários:

Obi-Kan Pereirinha disse...

Just be yourself. E nunca digas tudo o que te vai na alma, não que a nossa curiosidade não o queira saber, mas mesmo que fossemos ilustres desconhecidos, poderiamos a ficar a saber tanto como tu, e isso poderá ser muito mau para ti.

Anónimo disse...

"Refugio" (verbo) não leva acento. Assim, confunde-se com "refúgio" (substantivo).