sexta-feira, julho 15, 2005

Cavaquear

Quando andava na faculdade, uma das coisas que mais gostava era acabar as aulas por volta das 13.30, almoçar, e chegar a casa lá para as 20, depois de passar a tarde a cavaquear no bar.
Vida de quem não tem mais nada para fazer? Não.
Vida de quem ainda terá muito que fazer e deixará de ter o tempo necessário para se dedicar a estas ociosidades. Depois da escola, o nosso tempo livre reduz-se drasticamente, o que é bom, porque afinal de contas ninguém quer ser apenas um número que engrossa as taxas de desemprego. Mas… há sempre um mas.
Mas o nosso tempo de cavaquear livre e despreocupadamente, esse sim termina. Porque nem sempre se encontra um espaço em que se possa estar sem qualquer pressão, porque é inevitável a certa altura ter alguém a olhar para um relógio porque no outro dia de levantar cedo, porque outras pessoas entram nas nossas vidas que requerem outras intimidades, ou simplesmente porque as pessoas já nem se esforçam por promover alegres e despreocupadas tertúlias.
Felizmente, ainda tenho bons momentos a cavaquear, principalmente depois dos ensaios do teatro, para os quais toda a gente está cansada, mas que para estar, se necessário, duas horas em pé, ninguém se mexe.
É assim, uns piores que os outros.

2 comentários:

Obi-Kan Pereirinha disse...

"ou simplesmente porque as pessoas já nem se esforçam por promover alegres e despreocupadas tertúlias."

é mais isto. Porque na maior parte das vezes as pessoas não querem é ter tempo para falar, recordar os bons velhos tempos e das esperanças para o futuro.
Pensam que mais tarde vão recordar com alegria a tarde a estudar para o exame que até correu muito mal, e não aquelas 2 horas de pura descontracção onde a amizade estava presente.

Jorge Moniz disse...

Há sempre tempo para conversar.