sábado, março 05, 2005

O Vale dos Pigmeus, I. Allende

“… enfim, um imenso arsenal de objectos fantásticos para atenuar o medo de viver.”
“pode-se fazer o mal ou o bem. Não há recompensa por fazer o bem, só satisfação na tua alma.”
“a sugestão faz milagres.”
“as crenças próprias chamam-se religião, a dos outros chamam-se superstição.”
“o que falamos é idioma, o que os outros falam é dialecto”
“o que os broncos fazem é arte e o que as outras raças fazem é artesanato.”
“o clima dos trópicos esgotava o corpo e provocava uma pesada indiferença na alma.”
“Mas uma vez começado o ritual da caça, não há tempo para ver a ironia da situação, o caçador e a presa sabem que esta dança só acaba com a morte.”
“Os deuses africanos são mais compassivos e razoáveis que os deuses de outros povos. (…) um dues africano jamais mandaria o seu único filho morrer na cruz para salvar os pecados humanos, que pode apagar com um só gesto. Os deuses africanos não criaram os seres humanos `sua imagem e também não os amam, mas ao menos deixam-nos em paz. Os espíritos, pelo contrário, são mais perigosos, porque têm os mesmos defeitos que as pessoas, são avarentos, cruéis, ciumentos.”
“expressar a sua relação por palavras significava defini-la, estabelecer limites, reduzi-la: não a mencionando, continuava livre e incontaminada.”
“A maior parte das pessoas vive desligada do que é divino e não se apercebe dos sinais, das coincidências, das premonições e dos minúsculos milagres quotidianos através dos quais se manifesta o sobrenatural.”
“… cada ser contribui com a sua experiência para a imensa reserva espiritual do universo. Uns fazem-no através do sofrimento causado pela maldade, outros através da luz que se adquire através da compaixão.”
“… a força do inimigo é também a sua fraqueza.”
“… cada um tem a sua verdade e todas são válidas.”

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