Na verdade, sou uma miúda bastante insegura. E é esta insegurança que faz com que me considere ainda uma miúda. É uma insegurança que procuro combater, mas que ainda não consegui vencer. Será que, como se diz, consciencializar-me do facto é já um passo em frente?
Esta insegurança acontece quer a nível profissional, quer a nível pessoal. Se a nível profissional julgo que vou conseguindo contornar a questão, porque há tarefas a fazer e estas vão sendo feitas, a nível pessoal sinto-a ainda mais.
Muitas pessoas que me conhecem, não acreditarão nestas palavras. Porque o que vêem é uma máscara de auto-estima e independência que foi desenvolvida ao longo de vários anos. Mas, no fundo, esconde-se muita fragilidade. Fragilidade que raras vezes consigo verbalizar oralmente e somente em alguns momentos consigo pôr por escrito.
Não é fácil admitir que não somos aquilo que queremos ser. Como também não é fácil explicar como realmente somos, sem baixar defesas que foram sendo laboriosamente erguidas. Porque não somos tão fortes, porque somos carentes, porque somos tão pequeninos? E porque passamos tanto tempo e nos empenhamos demasiado em não o mostrar?
Podemos sempre dizer que somos fruto de uma cultura, de uma sociedade que nos impele a que sejamos algo ou alguém de importante, descurando sempre o pequeno e os bastidores. Talvez em parte até seja isso… porque criamos em nós uma imagem daquilo que gostaríamos de ser e nem sempre o conseguimos atingir.
Tinha vários sonhos que fui deixando pelo caminho e porquê? Simplesmente porque não soube lutar por eles, não soube procurar uma forma de os tornar reais, não soube ultrapassar os olhares de “tontices” que me eram dirigidos quando os dizia. Talvez alguns fossem mesmo tontices (talvez ganhar um Oscar seja um pouco complicado), mas ser crítica de cinema é um objectivo mais facilmente atingível, não é?
Então porque é que não lutei veementemente por ele e me acovardei diante desse sonho. Porque não confio nas minhas capacidades e paraliso diante de certas possibilidades? O que é que me impede de enviar para certos media algumas das minhas críticas. Porque tenho medo da recusa e tenho medo de não conseguir ser como gostaria de ser. Chego à conclusão de que tenho medo de não corresponder à imagem que criei.
Também a nível pessoal me acovardo. Durante muito tempo vivi essa insegurança, transformando-a numa culpa pertencente ao sexo oposto que era incapaz de compreender e ver as minhas potencialidades. Custou muito perceber que na verdade nunca dei grandes oportunidades a quem quer que fosse. Que na realidade a culpa não era do sexo oposto (se bem que alguns espécimes deixavam realmente muito a desejar). Mas na verdade, que culpa tinham eles de serem sempre comparados (sem o saberem, claro) à imagem que eu criei do que seria o meu príncipe encantado?
Só que as pessoas são reais. São de carne e osso e têm as suas qualidades e defeitos e tenho de aprender a apreciá-las só por isso, e não por nenhuma imagem que eu tenha criado. Isto é também admitir que estou muito longe de uma qualquer perfeição. Sou só uma miúda normal.
Mas estou a aprender a ver as pessoas por elas mesmo, principalmente uma pessoa em especial, e estou a gostar. E um destes dias terei a coragem suficiente para o dizer a quem de interesse.
4 comentários:
minha flor, como eu te compreendo...
terás sempre o meu apoio como eu sei que terei o teu.
Bjs Pereirinha
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1) 2º Parágrafo: tira o ponto final; as orações deverão ser separadas por uma vírgula.
2) 3º Parágrafo: é "porque", e não "por que".
3)7º Parágrafo: coloca um "?" no final, a seguir a "encantado".
4)Penúltimo parágrafo: penso que "apreciá-las" leva acento...
"4)Penúltimo parágrafo: penso que "apreciá-las" leva acento..."
Pensas, logo existes. :)
Agradecida, pelas palavras, pela força, pelo apoio e pelas sempre úteis correcções.
Jitos aos meus três "mosqueteiros".
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