quinta-feira, dezembro 30, 2004

Um Ano! Obrigada!

Pois é! Quase num piscar de olhos, volveu-se um ano de escrita na blogosfera. Tem sido uma experiência engraçada e motivante, para mim que sempre gostei destas coisas da escrita, mas que nunca tinha ousado mostrar nada a alguém. Sempre tive uma espécie de diário, onde escrevia as mais variadas coisas, muito semelhante ao blog. Mas expor esses escritos a outros, mais ou menos conhecidos, foi uma experiência nova. E tem sido compensadora. Especialmente quando notamos que alguém se dá ao trabalho de nos visitar regularmente e, mais ainda, comentar. Quer dizer que o que dizemos não é nem totalmente errado nem inócuo. A todos esses visitantes eu agradeço a atenção dispensada e marco encontro durante os próximos meses e anos. Obrigada.

quarta-feira, dezembro 29, 2004

Um Natal que passou

Pois é, passou mais um Natal. Veio depressa e depressa se foi. Que pena já não ser criança para poder apreciar esta quadra na sua plenitude. Realmente, as crianças são quem mais aproveita esta época. Porque será que nós, adultos, vamos sendo abandonados pela sua magia? Serão talvez as responsabilidades que vão surgindo e que nos afastam.
Para mim, este Natal passou muito rápido. Talvez por a família se ter reunido este ano lá em casa, o que, claro, me obrigou a um esforço redobrado de preparação e organização. Seja como for, correu tudo bem. Os miúdos andaram todos eufóricos, como é natural, e a abertura das prendas foi uma autêntica balbúrdia. Confusões como “quem dá o quê a quem” e um diabinho de quase quatro anos que resolveu que tinha de abrir as prendas de toda a gente. Como se vê, o habitual. Até tive direito a surpresas. Não é que os meus irmãos este ano me deram umas prendas catitas! Daquelas que eu gosto, sem sequer recorrerem a inquérito anterior.
O que ainda mereceu umas boas gargalhadas foi vermos os três juntinhos no sofá um bocado do “Homem-Aranha”. Uma das nossas private jokes, correspondente ao “vai ver se estou na esquina”, era o “vê lá se está a dar o “Homem-Aranha a cores no segundo canal?”. Sim, porque nós ainda somos do tempo em não havia outros canais e durante muitos anos só tivemos uma televisão a preto e branco, que nem sequer apanhava o segundo canal.

Be Aware

Doctor Unheimlich has diagnosed me with
Dinai's Disease
Cause:mosquito bite
Symptoms:mildly excess mucus, revolving neck, tunnel vision, heartburn
Cure:paint a black cross on your front door and wait
Enter your name, for your own diagnosis:

quinta-feira, dezembro 23, 2004

Ar



Your Element Is Air


You dislike conflict, and you've been able to rise above the angst of the world.
And when things don't go your way, you know they'll blow over quickly.
Easygoing, you tend to find joy from the simple things in life.
You roll with the punches, and as a result, your life is light and cheerful.
You find it easy to adapt to most situations, and you're an open person.
With you, what you see is what you get... and people love that!

Sabedoria

Metade dos nossos erros na vida nascem do facto de sentirmos quando devíamos pensar e pensarmos quando devíamos sentir.
J. Collins

Quando apontares com um dedo, lembra-te de que outros três dedos teus apontam para ti.
Provérbio inglês

Jamais desesperes, mesmo perante as mais sombrias aflições de sua vida, pois das nuvens mais negras cai água límpida e fecunda.
Provérbio chinês
O medo do perigo é mil vezes pior do que o perigo real.
D. Defoe

A melhor maneira de prever o futuro é inventá-lo.

A Residência Espanhola


A faculdade é um dos períodos da nossa vida onde mais aprendemos e não apenas catedraticamente. É um período de dupla aprendizagem, sendo o crescimento pessoal o mais significativo. Damos os nossos primeiros passos na vida adulta, com algumas escorregadelas pelo caminho, mas erguemo-nos e seguimos em frente.
Em “A Residência Espanhola” conhecemos um variados grupo de estudantes que durante um ano se encontram em Barcelona no âmbito do programa Erasmus. Oriundos dos mais variados países europeus, eles vão partilhar experiências, amizades, frustrações, angústias e esperanças, ou seja, conjuntamente vão aprender a ser felizes.
E como diz o slogan do filme “onde um ano pode mudar uma vida inteira.”

quarta-feira, dezembro 22, 2004

Orfeu Rebelde, Torga

Deixo-vos algumas passagens de poemas deste livro em que me revejo, como que decalcada a papel químico.

Chegou a minhas vez, e não hesito:
Quero ao menos falhar em tom agudo.
Cada som como um grito
Que no seu desespero diga tudo.

...
O destino destina,
Mas o resto é comigo.
...
E o que sou por detrás do que pareço!
Que seguida traição desde o começo.
Em cada gesto,
Em cada grito,
Em cada verso!
Sincero sempre, mas obstinado
Numa sinceridade
Que vende ao mesmo preço
O direito e o avesso
Da verdade.
...
é o meu avesso que me desafia.
...
assim me desespero e me consumo,
e cumpro este destino tumular
de não sair de mim, por mais que faça.
...
versos, gritos, protestos…
encho o melhor que posso
cada hora que passa.
...
desço dentro de mim, olho a paisagem,
analiso o que sou, penso o que vejo,
e sempre o mesmo trágico desejo
de dar outra expressão ao que foi dito!
Sempre a mesma vontade de gritar,
Embora de antemão a duvidar
Da exactidão e força desse grito.
...
e os restantes humanos,
há infinitos anos
que apenas tecem
a teia da rotina,
como o instinto os ensina.
...
ter confiança é deslaçar metade
do nó do tempo que o destino aperta.
...
é por dentro que eu gosto que aconteça
A minha vida.
Íntima, profunda, como um sentimento
De que se tem pudor.
...
que o agressor é sempre o agredido,
quando agride a cantar.
...
Mas só quero a fortuna
De me encontrar.

As Horas


Virgínia Woolf é uma das mais emblemáticas escritoras do modernismo e um exemplo de excelência na utilização da técnica narrativa denominada “stream of counscience”, em português “corrente de consciência”. O objectivo desta técnica é acompanhar através da escrita a complexidade e inconstância do pensamento humano.
Mrs. Dalloway é o livro que serve de cenário psicológico a este filme, onde se entrecruzam três histórias aparentemente estanques: a história de Woolf enquanto escreve o romance, uma dona de casa grávida da classe média da década de 40 e uma moderna editora, que encarna a própria Mrs. Dalloway. O que é que as três têm em comum? Todas se encontram encurraladas por uma profunda angústia e falta de sentido para a vida. E assim, de história em história, passo a passo se desenrola a corrente do filme que nos dá três perspectivas femininas sobre a vida e sobre a sua opressão.
É um filme extremamente poético e sensível, com óptimas interpretações e um argumento inteligente e subtil, com algumas surpresas.
E " Sempre o tempo, sempre o amor , sempre as horas ..."

terça-feira, dezembro 21, 2004

Seu Arcano Pessoal é:

3 - A IMPERATRIZ

Palavras-Chave: Beleza e Criação

Acontecimento importante a nível psicológico aos 3 anos de idade; A malta era jovem e não se lembra.
Percebe a mãe como símbolo de alegria e liberdade; Sim.
Espontaneidade; Sim.
Idealismo; Sim.
Sentido estético apurado; Sim.
O Amor é a base de tudo; Acredito que sim.
Capacidade de gerar muitos projectos e ideias; Idiotar é comigo.
Para a mulher: a gravidez é algo fundamental; Um sonho ainda por realizar.
Embevecimento; Sim.
Cuidado com o narcisismo; OK.
Gosto acentuado pela Natureza; sim.
Sentidos apurados: gosta de tocar e sentir o cheiro das coisas; Sim. Não há nada como o cheiro a terra molhada para me deixar bem com a vida.
Caprichos; Alguns.
Vença seus ciúmes; Não devo pecar muito por aí.
Gosta de decorar ou embelezar o ambiente; sim.
Força emocional; Esforçamo-nos.
Romantismo; Também.
Alegria de viver; Sim.
Feminista; Gosto de ser mulher.
Quer se impor socialmente; Impor não, mas gosto de socializar.
Simpatia; Dizem que sim.
Natureza agradável e festiva; Por vezes, o palhaço da festa.
Sensualidade; Hummmm, isso agora…
Atracção por cores alegres e artigos finos ou de alta qualidade; Sim.
Natureza envolvente; Terão de perguntar a outros.
Aprecia namorar e viver momentos afectivos intensamente; Quem não gosta?
Fertilidade; Eh lá. E para quando?
Cuidado com a infidelidade; Dou cabo do gajo.
Aprecia estar à frente dos projectos; Sim.
Vença a inconstância; Estou a fazer por isso.
Atenção à volubilidade; OK.
Progressos materiais; Fixe. Não tenho razões de queixa.
Muitos gastos pessoais; Realmente já tive melhores dias nesse campo.
Indulgência; De quem?
Perigo: não espere que o que quer venha sempre fácil demais; Já deu para perceber.
Libertação de conceitos; Sem grandes problemas.
Falta-lhe bom senso; Por acaso até não.
Regência sobre as gônadas, pele, garganta, glicose, vitaminas; Terei cuidado.
Superficialidade; Parece que sim. O signo diz o mesmo. E às vezes...
Pode atrair a competição de pessoas do mesmo sexo; Em quê?
Riqueza interior; espero que sim.
Motivação pessoal; Algumas.
Evite as chantagens afectivas; OK.
Luta muito pelos seus sonhos; não tanto como devia.
Sedução; Gosto do jogo.
Exigente nas relações; Sim.
Atrai os outros para si; Atrair? Não sei. Mas creio que sou uma companhia agradável.
Expressão corporal; Se for a dançar.
Vitalidade e actividade: Sou um bocado sedentária.

Quem sabe, sabe...


Your Dominant Intelligence is

Linguistic Intelligence



You are excellent with words and language. You explain yourself well.
An elegant speaker, you can converse well with anyone on the fly.
You are also good at remembering information and convicing someone of your point of view.
A master of creative phrasing and unique words, you enjoy expanding your vocabulary.

You would make a fantastic poet, journalist, writer, teacher, lawyer, politician, or translator.

sábado, dezembro 18, 2004

Gente que lê

É uma gente estranha. Essa que percorre com os dedos as linhas de outras vidas. Alimentando-se de outras seivas. Vampiros. Egoístas. Guardam em si segredos. Esqueletos nos armários. Corpos no deserto. Relíquias macabras. Saem do mundo. Entram noutros mundos. Distantes, longínquos. Íntimos, peculiares. Que tipo de gente é essa? Criaturas inadaptadas. Rebeldes incógnitos em oposição solitária. É uma gente rara. Surge no meio do nada e desenvolve-se subtil e vagarosamente. Mesmo em lugares inóspitos. É uma gente estranha.

Mulheres: as eternas insatisfeitas

No outro dia, já não me lembro exactamente onde, talvez num desses mails em cadeia, li algures que somos eternas insatisfeitas. Pus-me a pensar nos actos de amigas e principalmente nos meus e realmente não há outra conclusão. Sim, nós somos insatisfeitas. Ou, melhor dizendo, porque não posso falar por outros, sim, eu sou insatisfeita.
E nem eu mesma sei porquê. Até acho que não tenho razões para tal, no entanto, é a mais pura das verdades. E a culpa não é de mais ninguém, apenas idealizo demasiado certas coisas e é claro que a realidade não foi concebida para me agradar, logo, me sinto insatisfeita.
Por isso, neste momento encontro-me em fase de reflexão sobre as minhas atitudes e objectivos. Quem sabe encontro algumas respostas.

sexta-feira, dezembro 17, 2004

Espírito Natalicio


You Were Nice This Year!



You're an uber-perfect person who is on the top of Santa's list.
You probably didn't even *think* any naughty thoughts this year.
Unless you're a Mormon, you've probably been a little too good.
Is that extra candy cane worth being a sweetheart for 365 days straight?

Were You Naughty or Nice This Year?


Your Christmas is Most Like: A Very Brady Christmas





For you, it's all about sharing times with family.
Even if you all get a bit cheesy at times.


What Movie Is Your Christmas Most Like?

quarta-feira, dezembro 15, 2004

Fantasia real

Desejo o toque que nunca me deste
Num vazio jamais satisfeito.
Vejo promessas jamais proferidas
Nas pequenas palavras sopradas.
Adivinhas nos meus silêncios
Ou nas minhas palavras tontas
O desejo de te ver, de te tocar
Vês nas minhas incertezas
O medo da ilusão
Porque não me queres como queres outras
Porque será que cada palavra tua
É uma migalha com que não me contento
É uma fantasia e tu és real
Não és inalcançável
Mas nunca estás perto
Sempre em fuga
Pela mais pequena fresta
Duvido que alguma vez queiras ficar
És a minha fantasia real
Mas tão pouco possível
Como qualquer celulóide.

Tentar não custa, não é?

Então é assim, este Natal, de presente, quero que seja…

1001 Filmes Para Ver Antes de Morrer, Steven Jay Schneider
O Grande Sonho do Paraíso, Sam Shepard
Breve História de Quase Tudo, Bill Bryson
As 1000 casas do Sonho e Do Terror, Aliq Kahimi
Persépolis, Marjane Satrapi

Songs About Jane, Maroon 5
Beyond The Sea, OST
Bilhete para Ópera do Malandro
U2 ao vivo

Telemóvel

sexta-feira, dezembro 10, 2004

Os versos que te fiz, F. Espanca

Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que a minha boca tem pra te dizer!
São talhados em mármore de Paros
Cinzelados por mim pra te oferecer.

Têm dolência de veludos caros,
São como sedas pálidas a arder...
Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que foram feitos pra te endoidecer!

Mas, meu Amor, eu não tos digo ainda...
Que a boca da mulher é sempre linda
Se dentro guarda um verso que não diz!

Amo-te tanto! E nunca te beijei...
E nesse beijo, Amor, que eu te não dei
Guardo os versos mais lindos que te fiz!

quinta-feira, dezembro 09, 2004

Eu, complicada? Não, que ideia...





You Are the Stuffing




You're complicated and complex, yet all your pieces fit together.
People miss you if you're gone - but they're not sure why.


Aquele Inverno, Delfins

Há sempre um piano
um piano selvagem
que nos gela o coração
e nos trás a imagem
daquele inverno
naquele inferno

Há sempre a lembrança
de um olhar a sangrar
de um soldado perdido
em terras do Ultramar
por obrigação
aquela missão

Combater na selva sem saber porquê
e sentir o inferno a matar alguém
e quem regressou
guarda sensação
que lutou numa guerra sem razão...

Há sempre a palavra
a palavra 'nação'
os chefes trazem e usam
pra esconder a razão
da sua vontade
aquela verdade

E para eles aquele inverno
será sempre o mesmo inferno
que ninguém poderá esquecer
ter que matar ou morrer
ao sabor do vento
naquele tormento

Perguntei ao céu: será sempre assim?
poderá o inverno nunca ter um fim?
não sei responder
só talvez lembrar
o que alguém que voltou a veio contar...
recordar...recordar...

sábado, dezembro 04, 2004

A Fuga

Há muito que as minhas mãos não tecem linhas nestas páginas. Há muito que me tento esconder numa falsa ocupação, numa falsa solicitação. Fujo de mim, das minhas contradições. Mas chegou o momento – chega sempre o momento – de uma vez mais as enfrentar, de admitir que sempre lá estiveram e que tudo o mais não foi senão uma fuga.
A fuga. Cada vez a aperfeiçoo mais. Esquivo-me de todos, dizendo-me noutro lado. Crio a imagem de que há algo mais, fomento uma certa inacessibilidade, estimulo uma aúrea inexistente. Será que alguém realmente acredita?
Entretanto, entre tantos tantos, continuo a fugir.

Semana Cultural

Cá estou, depois de uma semana um tanto ou quanto agitada e culturalmente bastante diversificada. É verdade, esta semana foi muito prolífera em acontecimentos culturais.
O ciclo começou na passada quarta-feira, 24, com o concerto no Pavilhão Atlântico da Anastacia. Como a grande maioria dos concertos de produção americana, este não deixou nada ao acaso e não há nada a apontar. Apesar de não ser uma das minhas cantoras favoritas, a mulher tem realmente um vozeirão de fazer inveja a muita gente. Foram duas horas de concerto que se passaram muito bem.
Depois, na quinta-feira, fui ver o mais recente espectáculo dos Tapafuros, o Liberdade, Liberdade! Com um texto original de Filomena Oliveira e Miguel Real, este espectáculo tem como pano de fundo a ditadura salazarista e a busca de liberdade. O texto, muito bem estruturado, alterna momentos dramáticos e cómicos, sendo estes últimos sobretudo de caricatura ao regime e à sua figura central, Salazar. Aliás, esta é sem dúvida uma das mais bem conseguidas personagens, quer a nível de construção, quer a nível de composição e interpretação, bem como a da sua eterna governanta. O cenário é igualmente digno de nota, de uma extrema simplicidade, consegue transportar-nos para o ambiente austero das prisões.
E a semana cultural incluiu ainda uma ida ao circo Victor Hugo Cardinalli, com tudo o que o circo tem de divertido.