quarta-feira, agosto 24, 2005

A Educação de Max Bickford

Max Bickford é professor universitário numa tradicional escola feminina e cujos grandes … é a criação de dois filhos que a recente viuvez obrigou a encarar e a escrita de um livro cuja personagem principal é o seu alter-ego. A quem interessar, poderá seguir as peripécias deste professor interpretado por Richard Dreyfuss de segunda a sexta na :2 às 23.30.
No episódio de ontem, Max é confrontado com a possível proximidade da morte do seu pai e num diálogo com o seu filho deu-lhe uma explicação curiosa sobre como o homem lida com os seus medos. As palavras não são as mesmas, mas foi algo assim:
As histórias de terror e os seus monstros, como seres alienígenas e vampiros, por exemplo, são apenas formas metafóricas do ser humanos lidar com medos e receios bem reais. O medo que temos dos extraterrestres não é mais que o pavor que temos ao nos sentirmos tão pequenininhos quando comparados com a imensidão do universo. As crianças inventam monstros no armário para se abstraírem, por exemplo, de ambientes de divórcio. Porque é inevitável pensar que se duas pessoas que amamos são capazes de deixar de se amar, então também podem deixar de nos amar. É o medo da rejeição.
Já os vampiros são um modo de lidar com o medo da morte. A morte é o inevitável, o completo desconhecido. através da figura do vampiro que sobrevive na morte, o ser humano lida com a sua falta de parâmetros de segurança aos quais se possa agarrar nesse estado.
Achei curioso…

terça-feira, agosto 23, 2005

JL #910

(…) deus está é preocupado com a especulação imobiliária na zona costeira!
Qualquer destes acidentes naturais faz parte de uma crueldade que existe na natureza e que nos escapa…
Não há ternura na natureza, não há piedade, isso são conceitos que o homem inventou. O mundo acabaria no instante em que a natureza sentisse piedade.
Tiago Torres da Silva

Nunca é tarde para ter uma juventude feliz!
Onésimo Teotónio Almeida

Um povo só atinge a maturidade quando é capaz de se afirmar pela literatura – coisa que o nosso faz há muito. Escrever é para ele vencer o desconhecido, como o navegar.
(…) ser-se evoluído, em qualquer época, é preservar a memória, porque sem ela não há pensamento, sem pensamento não há ideias, sem ideias não há imaginação, sem imaginação não há futuro.
Só a disponibilidade perante a vida e a morte nos permite olhar o horizonte – e não enjoar.
Fernando Dacosta

quarta-feira, agosto 17, 2005

Pedido de desculpa

Devo-te uma explicação que não consegui dar-te no momento, porque nem sempre me é fácil dizer exactamente o que sinto, até porque nem sempre sei bem o que sinto.
Primeiro deixa-me tentar explicar como entraste na minha vida. Entraste e pareces ter percebido algo em mim que não foi recíproco, confesso e tu sabe-lo, mas que aos poucos fui-me talvez dando a oportunidade de te conhecer melhor. E estava a gostar bastante e não me arrependo das palavras que trocamos.
Mas, às vezes dão-se pequenos acontecimentos que se tornam maiores do que julgávamos ser. E fui sincera, ou pelo menos tentei ser o mais sincera possível, mas nem sempre é fácil expor os nossos sentimentos.
A verdade é que eu julgava que o meu coração estava livre e desimpedido, como se costuma dizer. E foi nessa crença que as coisas se foram desenvolvendo contigo.
O que eu não esperava era que rever uma pessoa que julgava um capítulo passado na minha vida, fosse mexer tanto comigo. E foi isso que aconteceu num encontro casual entre amigos em comum, o que mais tarde ou mais cedo iria acontecer. Mas a verdade é que fiquei balançada, até demasiado balançada. E daí a tua impressão de que estou diferente. Eu estou diferente: apercebi-me de algo que julgava não existir.
Nunca foi meu objectivo nem magoar ninguém nem magoar-me deliberadamente. Mas creio que neste momento não posso ser mais do que amiga, se achares que é possível continuarmos a se-lo. Lamento, acredita que isto não estava nem nos meus mais remotos planos. Mas aconteceu e não posso nega-lo.

terça-feira, agosto 16, 2005

Possessing the Secret of Joy, A. Walker

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- (…) there could be no happy community in which there was one unhappy child.
- One was left speechless by all such a person couldn’t know.
- When I was younger I thought the church was there because it helped everybody enlarge their spirit, but really, people around here appear to be more meanspirited than ever.
- (…) the people’s characteristics, easily discerned, were imprinted on the landscape.
- Life goes on. The pain of it so sure. The sweetness of it so mysterious.
- That the story is only the mask for the truth?
- (…) men refuse to remember things that don’t happen to them.
- World wars have been fought and lost; for every war is against the world and every war agains the world is lost.
- One never asked for fear of the answer.
- Women are indestructible down there, … they are like leather: the more you chew it, the softer it gets.
- Man is jealous of woman’s pleasure, …, because she does not require him to achieve it.
- (…) suddenly I had to start feeling my own feelings for myself.
- (…) when one has seen too much of life, one understands it is a good thing to die.
- (…) the God of woman is autonomy.
- Religion is an elaborate excuse for what man has done to women and to the earth.
- Do fools need encouragement? … they encourage themselves.
- The pleasure a woman receives comes from her own brain. The brain sends it to any spot a lover can touch.
- It is only because a woman is made into a woman that a man becomes a man.
- (…) maybe death is easier than life, as pregnancy is easier than birth.
- Because women are cowards, and do not need to be reminded that we are.
- There is for humans no greater hell to fear than the one on earth.
- RESISTANCE IS THE SECRET OF JOY!

segunda-feira, agosto 08, 2005

Manhã Submersa, V. Ferreira

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- (…) só é fútil e ingénua a infância dos outros – quando se não é já criança.
- Eu vivia, de resto, agora, e cada vez mais, da minha imaginação. E foi por isso a partir de então que eu descobri a violência da realidade. Nada era como eu havia fantasiado e não sabia porquê. Parecia-me que havia sempre outras coisas à minha volta que eu não supunha, e que essas coisas tinham sempre mais força do que eu julgava. Assim, a minha pessoa e tudo aquilo que eu escolhera para mim não tinham sobre o mais a importância que eu lhes dera. Chegado à realidade, muita coisa erguia a voz por sobre mim e me esquecia.
- Muita coisa aconteceu e me foi modificando certamente, mas não é fácil saber o quê.

sexta-feira, agosto 05, 2005

Sabedorias

O amor é apenas uma questão de oportunidade.
De nada vale encontrar a pessoa certa antes ou depois da altura certa.»
In 2046 de Wong Kar Wai


Temos que ter cuidado ao ler livros de saúde.
Podemos morrer de um erro tipográfico.
Mark Twain

Se mulher fosse coisa boa Deus tinha uma,
e se fosse de confiança odiabo não tinha cornos...
um incomodado qualquer
Mais vale chegar atrasado neste mundo...
do que adiantado no outro.

quinta-feira, agosto 04, 2005

Carta a Ângela, C de Oliveira

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(…)
quantas vezes os versos que te dou
na água dos teus olhos é que existem!
(…)
transpondo os versos vieste à minha vida
e um rio abriu-se onde era areia e dor.
Porque chegaste à hora prometida
Aqui te deixo tudo, meu amor!

Billie Elliot

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A Inglaterra dos anos oitenta sofreu muito com o encerramento de muitas das suas minas, que no caso de várias cidades eram o seu principal pólo de sustentação económica. Foi uma situação económico-social tão delicada, que ainda hoje continua a servir de pano de fundo a várias das produções cinematográficas britânicas. Antes de Billie Eliot, podemos assistir a Brassed Off – Os Virtuosos e The Full Monty – Tudo ou Nada.
Quais os pontos de contacto entre os três? Em todos eles as suas personagens procuram fugir ao seu fatídico futuro através da “arte”, seja ela maior ou menor. A diferença de Billie Elliot é que esta procura se faz pela visão de um jovem adolescente. Este não é um filme extraordinário, mas é um filme escorreito e bem feito. Vale pelo louvor da procura e conquista de um sonho, mesmo nadando contra a maré, e a compreensão e aceitação da diferença.

quarta-feira, agosto 03, 2005

Mr. & Mrs. Smith

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Este filme teve a melhor publicidade que se pode desejar: páginas e páginas nas revistas cor-de-rosa devido ao romance entre os seus protagonistas que extrapolou o ecrã. Aliás, o que mais parecia apelar aos espectadores era constatar se essa paixão “real” seria visível no ecrã. E que ninguém, seja desenganado, Brangelina é realmente o casal sensação do momento. Não sei se na realidade a química é tão palpável com a que existe no ecrã, mas a verdade é que quem pagou 5 Euro para os ver juntos, nesse aspecto não ficou enganado.Mas como não só de estrelas vive um filme, ou sim, mas isso são outras histórias, este é um óptimo produto de entretenimento em que a acção se coaduna perfeitamente com o cómico. A edição está bem ritmada com Doug Lyman (The Bourne Supremacy) a mostrar novamente ser um dos mais dotados realizadores de acção da actualidade.

Donas de Casa Desesperadas

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Esta é uma das poucas séries que me prende à televisão e o facto de ser transmitida dois dias por semana (domingo e terça) ajuda. Eu tenho optado por ver ao domingo e neste horário a história vai uma pouco mais avançada, porque de vez em quando são emitidos dois episódios. É daquelas coisas da televisão nacional que nunca conseguimos perceber.
Cada casa tem um segredo que esconde. Este é o mote desta série e, ficções à parte, todos nós sabemos que é verdade. Todas as famílias têm os seus esqueletos no armário, uns mais literais do que outros, mas enfim.Quase todas as personagens têm algo que me agrada ou com que me identifico. Por exemplo, consigo ser quase tão despassarada como a Susan Meyers, não tanto ao ponto de ficar nua fora de casa, mas ficar fora de casa sem chaves, oh fosse eu contar as vezes… de Lynette Scavo percebo bem o que é querer ser boa dona de casa, mas simplesmente não dar conta do assunto. Se bem que ela tem mais razões para isso do que eu, afinal quatro petizes endiabrados dão a volta à cabeça de qualquer um. Mas a personagem que realmente me dá gozo ver é a Bree van der Kemp com a sua perfeição estudada ao mínimo pormenor e aparente frieza. Mas cuidado, aquela mulher é fogo. Que ninguém se meta no seu caminho.

terça-feira, agosto 02, 2005

Dúvida:

Porque é que as revistas femininas resolvem grande parte da vida sexual de alguém com uma boa dose de sexo oral? Será por ser 1/3 das opções básicas? Ou será que quem escreve os artigos são homens? É que isso já eu sabia, queria mesmo era sugestõe para perliminares interessantes. Aceitam-se sugestões.

O Fio das Missangas, M. Couto

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- Ardores querem-se aplacados, amores querem-se deitados.
- (…) o homem estava caindo? Aquele gerúndio era um desmando nas graves leis da gravidade: quem cai, já caiu.
- Onde nada se passa, tudo pode acontecer.
- Antes eu não tinha hora. Agora perdi o tempo.
- Onde eu vivo não é na sombra. É por detrás do sol, onde toda a luz há muito se pôs.
- Ensinaram-me tanta vergonha em sentir prazer, que acabei sentido prazer em ter vergonha.
- (…) falar é fácil. Custa é aprender a calar.
- Verdade é luxo de rico. A nós, menores de existência, resta-nos a mentira.
- Era lá que eu sonhava. Não sonhava ser feliz, que isso era demasiado para mim. Sonhava para me sentir longínqua, distante até do meu cheiro.
- Toda a vida acreditei: amor é dois se duplicarem em um. Mas hoje sinto: ser um é ainda muito. De mais. Ambiciono, sim, ser o múltiplo de nada. Ninguém no plural. Ninguéns.
- (…) nem todo o bicho é um animal.
- não sou velho, é verdade. Mas fui ganhando muitas velhices.
- (…) esplendoroso é o que sucede, não o que se espera.
- A lágrima lava a sofrência.
- A aranha ateia diz ao aranho na teia: o nosso amor está por um fio!
- Minha sabedoria é ignorar minhas originais certezas.
- Não existe terra, existem mares que estão vazios.
- O pulo é o desajeito humano de ensaiar um voo.
- De que vale acordar se o que vivo é menos do que o que sonhei?
- A aldeia, quanto mais pequena, mais carece de um louco. Como se por via desse louco se salvassem, os restantes, da loucura.