sexta-feira, abril 28, 2006

De obsessão

As nossas obsessões apoderam-se de nós sem que o apercebamos. E um belo dia, quando menos esperamos, somos confrontados com elas. Primeiro, incrédulos, duvidamos, negamos, mas depois observamos cuidadosamente os nossos actos e lá encontramos a constatação. Como um feitiço que se volta contra o feiticeiro. O que primeiro era somente um método para ultrapassar inseguranças enraíza-se e incorpora-se, tornando-se uma dupla insegurança. Porque não colmatou a sua origem, apenas a camuflou. Agora não só há que trabalhar para combate-la como também combater a obsessão que se impregnou em nós e cuja constatação nos dá uma maior sensação de fragilidade. Como um antídoto que tomado em excesso se torna o próprio veneno, por vezes mais poderoso ainda que o primeiro.
Senti-me tomada por cada vez mais inseguranças. Percebo agora a perenidade da minha estratégia, mas não sei combate-la com mais nenhuma arma e a arma utilizada em vez de me proteger destrói, porque me afasta cada vez mais daquilo que ansiava e desejava. Sinto-me fragilizada porque percebo a necessidade de uma nova “aproximação”, mas não consigo perceber qual poderá ser e não consigo deixar de pesar como desperdiçado ou mal empregue parte do tempo passado a desenvolver a primeira.
Como combater a insegurança primeira e evitar os ataques nocivos da minha obsessão?

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