O meu primeiro contacto com C.S. Lewis, o autor destas crónicas, foi através de uma adaptação da mesma em animação que vi creio que já não na infância, mas sim na adolescência.
Já na faculdade fiquei a conhecer um pouco melhor o autor através de um filme visionado numa aula de Inglês. Esse filme, cujo nome em português não me recordo, foi Shadowlands, interpretado por Anthony Hopkins e Debra Winger. Ai fiquei a saber do seu percurso catedrático e que era era um conceituado autor britânico de literatura fantástica, autor de obras como as Crónicas de Nárnia e A Trilogia Cósmica. O filme, cujo título é de um outro trabalho seu, acompanha o período de vida em que esteve casado e o acompanhou de todo o tratamento a que a sua mulher foi submetida para tentar combater o cancro que a vitimara, e ao qual não sobreviveu, e a sua relação com a literatura através dos diálogos que mantém com um dos seus alunos de tutorial. Este seu contacto com a eminência da morte este na origem de outra obra, A Dor – A Grief Observed, no qual analisa e questiona o divino.
Na altura em que vi o filme, este tocou-me imenso porque meses antes a minha mãe tinha sido submetida, além de uma cirurgia, a tratamentos de quimio e radioterapia. Algum tempo depois, li A Dor e creio que alguns dos seus pensamentos me ajudaram a superar a dor da perda quando poucos anos mais tarde a minha mãe viria a falecer de cancro. Apesar de eu não possuir a crença no divino que o autor possuía, o seu raciocínio ajudou-me no processo de aceitação.
Quanto à adaptação ao cinema das Crónicas de Nárnia foi como enorme satisfação que vi o filme. Primeiro porque é muito fiel ao imaginário infantil: uma história de meninos que têm a oportunidade de serem príncipes e princesas num mundo de magia, em que o bem e o mal são simples de identificar e a redenção é possível. Sendo assim muito menos sombrio que Tolkien ou Rowling. Segundo, os efeitos especiais e os pormenores técnicos e são excelentes, sem qualquer descuramento no s detalhes. No que diz respeito às interpretações, Tilda Swinton está irrepreensível, num registo perto da androginia que já nos tinha mostrado em Orlando. Também Liam Neeson mostra os seus dotes vocais ao dar voz a Aslan, num registo sóbrio, profundo e cativante, comparável a vozes inconfundíveis como James Earl Jonse e Sean Connery.
1 comentário:
Eu bem que desconfiei que a Tilda Swinton tinha qualquer coisa de macho... Basta ver no "Female Perversions"!
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