Este é o último post deste ano, por isso não me vou alongar. Quero apenas muito singelamente agradecer a quem me tem acompanhado nesta aventura que perfaz agora dois anos. Tem valido imenso.
Desejo muitas coisas boas para 2006 para todos, mas por vezes esqueço-me que o que tenho é um desejo para muitos mais. Por isso, deixo-vos com uma reflexão um pouco mais séria de Pedro Stretch. Lamento desde já se a visualização não for das melhores. Vale a intenção.
Para todos, mais 2006
sexta-feira, dezembro 30, 2005
quinta-feira, dezembro 29, 2005
quarta-feira, dezembro 28, 2005
A Honra Perdida de Katharina Blum, H. Boll
Repare-se que integridade combinada com inteligência organizativa não é coisa desejada em parte nenhuma, nem sequer nas prisões e nem tão pouco pela administração.
terça-feira, dezembro 27, 2005
Balanço 2005/Perspectivas 2006
No início, este perspectivava-se como um ano difícil e de muita incerteza profissional. Afinal, acabou por ser o ano de estabilização da mesma. Consegui entrar para os quadros da Câmara, logo, grande parte das minhas preocupações cessaram. Agora, o objectivo é conseguir a reclassificação e depois, internamente não sei o que poderá mudar, mas a ideia é aproveitar o aumento de ordenado para fazer uma pós-graduação e assim poder também progredir
No teatro, as coisas não correram exactamente como esperado. Acho que todos nós estamos a precisar de uma lufada de ar fresco. No entanto, uma boa reunião e sempre uma boa reunião. O outro hobbie, a escrita, resumiu-se à partilha com vocês de descobertas, ideias e vários sentimentos. Ainda não foi desta que me aventurei noutras escritas. Será no próximo ano? Veremos. Mas há algo que me está a apetecer fazer: experimentar a pintura. Talvez pinte duas ou três aguarelas e depois vos conte. Sempre é algo novo.
A nível pessoal, fiz é claro novas amizades e lá se continua a fazer alguns malabarismos para que novas e antigas se coordenem. Acabo por nem sempre dar o tempo merecido a cada uma, mas quem me conhece sabe que não é intencional. Com boa vontade de todos os lados, tudo se ajeita. No campo amoroso houve surpresas muito bem-vindas. O final não foi o esperado. Mas tudo valeu a pena. Em família corre tudo sobre rodas.
No teatro, as coisas não correram exactamente como esperado. Acho que todos nós estamos a precisar de uma lufada de ar fresco. No entanto, uma boa reunião e sempre uma boa reunião. O outro hobbie, a escrita, resumiu-se à partilha com vocês de descobertas, ideias e vários sentimentos. Ainda não foi desta que me aventurei noutras escritas. Será no próximo ano? Veremos. Mas há algo que me está a apetecer fazer: experimentar a pintura. Talvez pinte duas ou três aguarelas e depois vos conte. Sempre é algo novo.
A nível pessoal, fiz é claro novas amizades e lá se continua a fazer alguns malabarismos para que novas e antigas se coordenem. Acabo por nem sempre dar o tempo merecido a cada uma, mas quem me conhece sabe que não é intencional. Com boa vontade de todos os lados, tudo se ajeita. No campo amoroso houve surpresas muito bem-vindas. O final não foi o esperado. Mas tudo valeu a pena. Em família corre tudo sobre rodas.
Natal 2005: Momentos
(Uma grande algazarra e uma vozinha)
Tia tia pudim bebé
(e foi uma tigela tigela cheia)
...
- E correu tudo bem?
- Claro, tirando as putas das batatas, o puré que não é do Pingo Doce e o peru seco!
...
- Gostas mais da tia ou do avião?
- Do avião. Oh, dos dois.
- Mas eu gosto mais de ti.
- Oh. Eu sei.
...
Tia tia pudim bebé
(e foi uma tigela tigela cheia)
...
- E correu tudo bem?
- Claro, tirando as putas das batatas, o puré que não é do Pingo Doce e o peru seco!
...
- Gostas mais da tia ou do avião?
- Do avião. Oh, dos dois.
- Mas eu gosto mais de ti.
- Oh. Eu sei.
...
- A Ana?
- Foi fechar os estores.
(uma hora depois)
- Mas a minha Ana ainda não chegou, deve ter acontecido alguma coisa, vou lá ver.
- Não vai nada, deixe lá a rapariga fechar os estores à vontade. Estas coisas demoram tempo.
- Foi fechar os estores.
(uma hora depois)
- Mas a minha Ana ainda não chegou, deve ter acontecido alguma coisa, vou lá ver.
- Não vai nada, deixe lá a rapariga fechar os estores à vontade. Estas coisas demoram tempo.
...
(2ª feira)
- Tia, hoje ainda é Natal?
- Não.
- Oh, que pena. E Quando é o próximo?
quinta-feira, dezembro 22, 2005
valter hugo mãe
Toca-me o sangue. Peço-te que me toques
O sangue. Escuta este rumor
Dentro do meu peito …
Vê como estou vivo. Vê como sabem a terra
As minhas palavras …
Toca-me o sangue. Toca os fios de dor
Que me rasgam a boca
…
amo-te, mulher desconhecida. Amo-te
amo o jorro de luz da tua boca,
a pequena mancha de tule que dança nos teus olhos
…um grito, um grito rebenta finalmente no meu e no teu peito
O sangue. Escuta este rumor
Dentro do meu peito …
Vê como estou vivo. Vê como sabem a terra
As minhas palavras …
Toca-me o sangue. Toca os fios de dor
Que me rasgam a boca
…
amo-te, mulher desconhecida. Amo-te
amo o jorro de luz da tua boca,
a pequena mancha de tule que dança nos teus olhos
…um grito, um grito rebenta finalmente no meu e no teu peito
P. Charters d'Azevedo
Eduarda Chiote
Chegámos a um acordo.
Os três.
Ambos, tu e eu, amando, no corpo
…
como se o desejo
não tivesse retorno e a morte estivesse
a acontecer-nos
pela primeira
vez.
Os três.
Ambos, tu e eu, amando, no corpo
…
como se o desejo
não tivesse retorno e a morte estivesse
a acontecer-nos
pela primeira
vez.
Beijo Azul, Maria Amaral
quarta-feira, dezembro 21, 2005
Dormindo Com o Inimigo
Revisto uma série de anos depois, fica a sensação de uma filme inócuo, feito apenas como veículo de afirmação da então emergente Júlia Roberts.
O enredo é escorreito sem grandes perdas de tempo, lógico e também com a previsibilidade própria do género, com duas ou três cenas perfeitamente delicodoces que em quase nada acrescentam à tensão desta história de violência doméstica.
No entanto, foi bom rever Patrick Bergin, um bom actor cuja notoriedade que atingiu no início da década de 90 não conseguiu vingar. Apesar de uma carreira cinematográfica até bastante prolifera. Com ele, recomendo o excelente As Montanhas da Lua, o relato da expedição de Livingstone em busca da nascente do Rio Nilo, o Lago Vitória.
O enredo é escorreito sem grandes perdas de tempo, lógico e também com a previsibilidade própria do género, com duas ou três cenas perfeitamente delicodoces que em quase nada acrescentam à tensão desta história de violência doméstica.
No entanto, foi bom rever Patrick Bergin, um bom actor cuja notoriedade que atingiu no início da década de 90 não conseguiu vingar. Apesar de uma carreira cinematográfica até bastante prolifera. Com ele, recomendo o excelente As Montanhas da Lua, o relato da expedição de Livingstone em busca da nascente do Rio Nilo, o Lago Vitória.
Como Água para Chocolate
Como Água para Chocolate é um livro de Laura Esquivel que conta a história do amor proibido de Pedro e Tita devido a um tradição familiar em tempos da revolução villista. O mais interessante deste livro creio que é a sua estrutura: a narrativa que percorre mais de 20 anos é dividida em doze meses e cada mês é-nos apresentado por uma receita exótica que se dilui na própria história.
Quanto ao filme, cuja adaptação foi feita pela própria Esquivel, este não deixa transparecer o mais bonito do livro, exactamente a sua estrutura e esse exotismo, tão próprio do realismo mágico das literaturas sul-americanas. Transparece, no entanto, uma das suas mais emblemáticas mensagens: a culinária é uma silenciosa demonstração de amor, rica em cheiros, paladares e texturas.
Será por isso que não há melhor comida que a de mãe? E que a melhor maneira para chegar ao coração de alguém é pelo estômago?
Quanto ao filme, cuja adaptação foi feita pela própria Esquivel, este não deixa transparecer o mais bonito do livro, exactamente a sua estrutura e esse exotismo, tão próprio do realismo mágico das literaturas sul-americanas. Transparece, no entanto, uma das suas mais emblemáticas mensagens: a culinária é uma silenciosa demonstração de amor, rica em cheiros, paladares e texturas.
Será por isso que não há melhor comida que a de mãe? E que a melhor maneira para chegar ao coração de alguém é pelo estômago?
Álbum de Família
Hoje revolvi partilhar com vocês algumas das pessoas mais importantes da minha vida: a minha família.
Os meus pais
Os Meus Manos
Os Meus Sobrinhos
Quem sai aos seus não degenera, pois não?
Falta o André, mas eu tia desnaturada não tenho fotos.
terça-feira, dezembro 20, 2005
Votos do Dia
FELIZ NATAL E BOM ANO 2006!
Um pouco cedo eu sei, mas como conheço montes de gente rica e sexy, pensei em começar pelos ranhosos, feios e de mau feitio.
sábado, dezembro 17, 2005
Sabedorias
Eu não quero a sabedoria da desilusão,
eu quero a sabedoria da ilusão, que é o sonho.
Cioran
O mais importante no homem não é o que ele mostra,
Cioran
O mais importante no homem não é o que ele mostra,
mas o que ele traz escondido.
Malraux
Malraux
As mulheres são pressionadas para serem boas mães,
boas profissionais, boas filhas, boas isto e aquilo… e boas.
António Tenente
António Tenente
São precisas várias vidas para fazer uma só pessoa.
Carlos fuentes
Carlos fuentes
O livro só é factor de mudança se for lido.
Marta Lança
Marta Lança
A felicidade nunca é grandiosa.
Huxley
Os Caminhos do Livro – Idade Média, M. Lança
O codex foi o modelo de livro surgido no século V, em pleno império romano, e era composto por folhas dobradas em cadernos e cosidas no conjunto. Durante os séculos VI e VIII a escrita destes foi mantida pela mão da religião, fazendo dos mosteiros e conventos os mais fecundos centros de cultura. Nestes, foi desenvolvido a salmodia, leitura praticada em voz alta obedecendo a um ritmo próprio. Um dos mais emblemáticos exemplos dos livros desenvolvidos e copiados neste período são os Livros de Horas, que apresentam recolhas de orações dedicadas a várias horas do dia. No entanto, os manuscritos com iluminuras representam uma parte não substancial da produção.
Com o advento da imprensa mecânica, inventada por Guttenberg em 1440, surgem os incunábulos – os primeiros livros impressos, sobre pergaminho e com iluminuras -, entre 1450 e 1500. Este novo modo de produção do livro preconizou a perda da autoridade da igreja, dando corpo à ideia de que uma instituição é sempre ameaçada por saberes alternativos.
Com o advento da imprensa mecânica, inventada por Guttenberg em 1440, surgem os incunábulos – os primeiros livros impressos, sobre pergaminho e com iluminuras -, entre 1450 e 1500. Este novo modo de produção do livro preconizou a perda da autoridade da igreja, dando corpo à ideia de que uma instituição é sempre ameaçada por saberes alternativos.
(adaptado) in Ler#65
sexta-feira, dezembro 16, 2005
Os outros...
Os outros a vêem como sensível, cautelosa, cuidadosa e prática. Eles a têem como inteligente, dotada, talentosa, mas modesta... Não é uma pessoa que faça amizades rápida ou facilmente, mas alguém que é extremamente leal aos amigos que faz e de quem espera a mesma lealdade de volta. Aqueles que realmente a conhecem compreendem que é difícil abalar a sua lealdade para com os amigos, mas também que leva um bom tempo para superar uma lealdade abalada.
quinta-feira, dezembro 15, 2005
About Last Night
Fotografia: Ela está apaixonada.
Nino: Eu nem sequer a conheço!
Fotografia: Oh, conheces sim.
Nino: Desde quando?
Fotografia: Desde sempre. Nos teus sonhos.
Amélie - Eu gosto de reparar em coisas que mais ninguém vê. Odeio o modo como os condutores dos filmes antigos nunca olham para a estrada.
Amélie - Eu gosto de reparar em coisas que mais ninguém vê. Odeio o modo como os condutores dos filmes antigos nunca olham para a estrada.
Winter, T. Amos
Snow can waitI forgot my mittens
Wipe my nose, get my new boots on
I get a little warm in my heart
When I think of winter
I put my hand in my father's glove
I run off
Where the drifts get deeper
Sleeping Beauty trips me with a frown
I hear a voice:"You must learn to stand up
For yourself
'Cause I can't always be around"
He says when you gonna make up your mind
When you gonna love you as much as I do
When you gonna make up your mind
'Cause things are gonna change so fast
All the white horses are still in bed
I tell you that I'll always want you near
You say that things change, my dear
Boys get discovered
As winter melts
Flowers competing for the sun
Years go by
And I'm here still waiting
Withering where some snowman was
Mirror, mirror
Where's the Crystal Palace
But I only can see myself
Skating around the truth who I am
But I know, Dad, the ice is getting thin
When you gonna make up your mind
When you gonna love you as much as I do
When you gonna make up your mind
'Cause things are gonna change so fast
All the white horses are still in bed
I tell you that I'll always want you near
You say that things change, my dear
Hair is grey
And the fires are burning
So many dreams on the shelf
You say I wanted you to be proud of me
I always wanted that myself
When you gonna make up your mind
When you gonna love you as much as I do
When you gonna make up your mind
'Cause things are gonna change so fast
All the white horses have gone ahead
I tell you that I'll always want you near
You say that things change, my dear
Never change
All the white horses
Wipe my nose, get my new boots on
I get a little warm in my heart
When I think of winter
I put my hand in my father's glove
I run off
Where the drifts get deeper
Sleeping Beauty trips me with a frown
I hear a voice:"You must learn to stand up
For yourself
'Cause I can't always be around"
He says when you gonna make up your mind
When you gonna love you as much as I do
When you gonna make up your mind
'Cause things are gonna change so fast
All the white horses are still in bed
I tell you that I'll always want you near
You say that things change, my dear
Boys get discovered
As winter melts
Flowers competing for the sun
Years go by
And I'm here still waiting
Withering where some snowman was
Mirror, mirror
Where's the Crystal Palace
But I only can see myself
Skating around the truth who I am
But I know, Dad, the ice is getting thin
When you gonna make up your mind
When you gonna love you as much as I do
When you gonna make up your mind
'Cause things are gonna change so fast
All the white horses are still in bed
I tell you that I'll always want you near
You say that things change, my dear
Hair is grey
And the fires are burning
So many dreams on the shelf
You say I wanted you to be proud of me
I always wanted that myself
When you gonna make up your mind
When you gonna love you as much as I do
When you gonna make up your mind
'Cause things are gonna change so fast
All the white horses have gone ahead
I tell you that I'll always want you near
You say that things change, my dear
Never change
All the white horses
Giardini pubblici - Borgotaro
quarta-feira, dezembro 14, 2005
sábado, dezembro 10, 2005
Mia Couto, LER#55
- … nem todos os pequenos milagres têm nome no dicionário.
- A oralidade tem um universo, tem um tempo, que não poder ser este que eu exerço como escritor.
- África profunda é um mundo onde há lógicas diferentes. E é nessa fronteira entre as lógicas diferentes que me interessa fazer algum contrabando.
- … quem tem família nunca é verdadeiramente pobre…
- A poesia, mais do que uma técnica de escrita, mais do que um género literário, é uma visão do mundo, para mim é uma filosofia.
- Aos meus filhos, incito-os para que eles errem desde que o erro seja bonito. Às vezes só há uma hipótese de criar, que é errando.
- A oralidade tem um universo, tem um tempo, que não poder ser este que eu exerço como escritor.
- África profunda é um mundo onde há lógicas diferentes. E é nessa fronteira entre as lógicas diferentes que me interessa fazer algum contrabando.
- … quem tem família nunca é verdadeiramente pobre…
- A poesia, mais do que uma técnica de escrita, mais do que um género literário, é uma visão do mundo, para mim é uma filosofia.
- Aos meus filhos, incito-os para que eles errem desde que o erro seja bonito. Às vezes só há uma hipótese de criar, que é errando.
quarta-feira, dezembro 07, 2005
terça-feira, dezembro 06, 2005
Quanto Puderes, C. Cavafy
Se não puderes fazer da vida o que tu queres,
Tenta ao menos isto,
Quanto puderes:
Não a disperses em mundanas cortesias,
Em vã conversa, fúteis correrias
Não a tornes banal à força de exibida,
E de mostrada muito em toda a parte
E a muita gente,
No vácuo dia-a-dia que é o deles
- até que seja em ti uma visita incómoda.
Tenta ao menos isto,
Quanto puderes:
Não a disperses em mundanas cortesias,
Em vã conversa, fúteis correrias
Não a tornes banal à força de exibida,
E de mostrada muito em toda a parte
E a muita gente,
No vácuo dia-a-dia que é o deles
- até que seja em ti uma visita incómoda.
Semana cultural
Pois foi, a semana passada lá tive uma das minhas semanas culturais ocasionais. Incluiu: performance teatral, feira de arte contemporânea e ida ao circo. Ah, pois! E no próximo domingo, lá vou novamente ao teatro.
Há que aproveitar.
Há que aproveitar.
sábado, dezembro 03, 2005
& the radio plays...
Quantas vezes pensaram numa música da qual gostam particularmente e passados uns momentos ela começou a tocar na rádio como que a responder aos vossos desejos? Não me refiro às músicas das play-lists que a qualquer hora ouvimos, refiro-me àquelas que por algum motivo nos dizem algo e que normalmente não passam na rádio. No outro dia aconteceu e a verdade é que cheguei ao trabalho muito mais bem disposta do que quando tinha saído de casa. Não foi premonitório de nada para o resto do dia, simplesmente me animou.
Versos Orfãos
Não é hoje ainda o momento de te escrever.
És a miragem adivinhada.
Não sei se faço contra-bando de emoções ou se luto contra bandos de emoções.
Doi de uma dor seca e oca.
Não sei se faço contra-bando de emoções ou se luto contra bandos de emoções.
Doi de uma dor seca e oca.
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