terça-feira, fevereiro 15, 2005

Durante a infância e a adolescência vamos tecendo sonhos para a nossa vida futura. Mas quando chegamos a certos momentos não podemos deixar de evitar relembrar esses sonhos com nostalgia e alguma tristeza.
A verdade é que nesses momentos dourados de adolescência, não pensei vir a encontrar me onde e como estou. Nessa época dourada imaginava-me noutra realidade, noutra dimensão.
A concretização está ainda por vir. Espero apenas não complicar demasiado as possibilidades futuras e assim afastar irremediavelmente essa concretização.

A esta altura pensei estar casada, a criar a minha própria família, com a ajuda da minha mãe e quem sabe da sogra. No entanto, não casei, ainda não tenho filhos, e, infelizmente, não poderei contar com a minha mãe, que já me foi roubada.
Há momentos em que, como agora, me sinto triste por não ter um amor que me abrace, alguém que me chame mãe. E nem sequer me posso refugiar nos braços da minha mãe para chorar algumas lágrimas. Posso somente ouvir um eco ténue e longínquo das suas palavras: deixa lá, tudo se há-de ajeitar.
Mas mãe… queria tanto que hoje estivesses aqui. Preciso do teu colo.
Hoje a minha memória do teu sorriso não é suficiente. Visita-me esta noite em sonhos e diz-me, por favor, que tudo vai correr bem. Senta-te no sofá da sala e deixa-me deitar a cabeça no teu colo, preciso fechar os olhos e sentir a tua mão na minha cabeça.
Visita-me esta noite num sonho meu…

2 comentários:

Anónimo disse...

Eu, preocupada comigo e esqueço-me que tu também passaste por pior, desculpa amiga.

Adelaide Bernardo disse...

Não é preciso desculpas...
A vida acontece e, às vezes, nem tudo é cor-de-rosa. Temos é que aprender e viver, mesmo com as ausências.
Jitos