sexta-feira, junho 04, 2004

Monster’s Ball – Depois do Ódio

Quando se chega ao fundo do poço pensa-se que nada mais resta senão deixarmo-nos afogar. Mas tal como a vida é cruel, também nos reserva alguma esperança. Como alguém já disse, quando Deus nos fecha uma porta, abre-nos sempre uma janela.
Este filme retrata a chegada ao fundo do poço e a janela que se entreabre depois.
Hank é um guarda prisional que faz o acompanhamento de condenados à morte, algures numa pequena cidade do sul da América. Vive com o seu pai, também ele antigo guarda prisional e extremamente preconceituoso e racista, e com o filho, a quem nunca soube amar, nem demonstrar carinho, numa atitude de punição pelo abandono da mulher. Sem nunca ter sentido qualquer tipo de emoção e de amor, Hank só se apercebe do vazio da sua vida quando o seu único filho se suicida e tenta recompor-se da sua perda - de alguém a quem nunca realmente soube amar, mas a pessoa que mais perto o levou desse sentimento.
Letícia é uma mulher negra e que num curto espaço de tempo vê o seu marido executado, perde o emprego, a sua casa e o seu único filho morre atropelado à beira da estrada. Socorrida por Hank nesse momento fatídico, os dois vão pouco a pouco desenvolvendo uma improvável relação que os vai reabilitar emocionalmente.
Extremamente poético, este filme aborda temas tão delicados como o racismo e o desamor e as consequências profundas destes dois sentimentos tão nefastos. Mas, de um modo igualmente delicado, mostra como a qualquer momento podemos mudar as linhas orientadoras da nossa vida, basta estarmos abertos a novas .
Vejam.

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