sábado, março 11, 2006

De silêncio

Basta um silêncio, basta um som, mesmo que palavra não seja, para que em milésimos de tempo não palpáveis de tempo para que tudo se perca ou nada se alcance.
O que calas por medo, ignorância ou motivos outros, diz mais que o som proferido. Fere com a mesma intensidade que uma lâmina, pois a dor permanece e a lâmina sai.
O silêncio é a maior e mais complexa verdade de discernir. O silêncio inclui tudo o que a palavra apenas nomeia e limita no tempo e no espaço. O silêncio é um mundo aberto ao céu e tudo o que entre estes se contem.
O homem não percebe o silêncio. O seu poder libertador confunde-se com uma opressão inaudível. As suas possibilidades esbarram no limite da compreensão. O silêncio não tiraniza, mas o homem teme o seu império: a clarividência.

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