sábado, outubro 01, 2005

Relativa importância

Os objectos e as pessoas têm a importância que lhes damos. Tal como diz o provérbio “beauty is in the eye of the beholder”, temos de ser nós a dar importância aos demais. Mas não o conseguimos fazer. Por isso não conseguimos compreender sofrimentos alheios, por isso as notícias que nos chegam de catástrofes distantes são exactamente isso: notícias de catástrofes distantes. Com tantas imagens banalizadas já por outras ficções, parece-nos somente outra inevitabilidade a que muito dificilmente estaremos sujeitos. Só vemos as imagens. Não percebemos os cheiros, não transpomos para nós uma possível perda, não vemos mais além. O nosso planeta é feito de muitos mundos e o nosso é somente este que nos rodeia numa proximidade relativa.

1 comentário:

Jorge Moniz disse...

Primeiro temos de perceber que em última análise, estamos sempre sozinhos. Depois disso podemos aproveitar melhor a companhia.