· … as misérias de um homem fazem também parte da sua riqueza…
· Apercebeu-se de que tinha sido, a pouco e pouco, impelido para a velhice, para o “quando tivesse tempo” que torna doce a vida dos homens. Como se, na realidade, pudéssemos ter tempo, um dia, como se ganhássemos, ao fim da vida, esta paz bem-aventurada que imaginamos. Mas não existe paz. Talvez não exista vitória.
· Há em todas as multidões homens que não distinguimos, e que são mensageiros prodigiosos. E sem eles próprios terem consciência disso.
· O regulamento é semelhante aos ritos de uma religião, parecem absurdos, mas formam os homens.
· … ele não pensa nada, isso faz com que não pense disparates.
· … se isso o impede de dormir, vai estimular a sua actividade.
· Ame aqueles que comanda. Mas sem lhes dizer nada.
· … saiu para enganar a espera, e a noite mostrou-se vazia como um teatro sem actor.
· Não sei se o que fiz está certo. Não sei o valor exacto da vida humana, nem da justiça, nem do desgosto. Não conheço o valor exacto da alegria de um homem. Nem de uma mão que treme. Nem da piedade, nem da doçura…
· Pensava em tudo o que era preciso rejeitar para conquistar.
· … é apenas do mistério que se tem medo.
· Tudo o que é vivo remexe tudo para viver, e cria, para viver, as suas próprias leis.
· É a experiência que produz as leis.
· Os revezes fortificam os fortes. Infelizmente, contra os homens jogamos um jogo onde conta tão pouco o verdadeiro sentido das coisas. Ganha-se ou perde-se segundo as aparências, marcam-se pontos miseráveis. E damos por nós atados de pés e mãos por uma aparência de derrota.
· … se a vida humana não tem preço, agimos sempre como se qualquer coisa ultrapassasse, em valor, a vida humana… mas o quê?
· O que perseguem em vocês mesmos morre.
· Não há fatalidade exterior. Mas há uma fatalidade interior: aparece no momento em que nos sentimos vulneráveis; então os erros atraem-nos como um desvario.
· Revelava aos homens o mundo sagrado da felicidade. Revelava que matéria sagrada tocamos, sem o sabermos, quando agimos. Revelava que paz, sem o sabermos, destruímos.
· Nós não pedimos para ser ternos, mas para não vermos os actos e as coisas a perderem de repente o significado.… sente a calma que apenas permitem os grandes desastres, quando a fatalidade liberta o homem.