“…, mas as fotografias fecham o visível num rectângulo. O visível sem moldura é sempre uma coisa diferente. E depois aquele visível tinha um cheiro demasiado forte. Melhor dizendo, muitos cheiros.”
“Não seu quem disse que no puro acto de olhar há sempre um pouco de sadismo.”
“…, nunca se deve tentar saber demasiado das aparências dos outros.”
“Na altura poderá parecer-nos um acontecimento não particularmente feliz, mas na recordação, como sempre nas recordações, purificada das sensações físicas imediatas, dos cheiros, das cores, da vista daquele bicharoco debaixo do lavatório, a circunstância perde os contornos e a imagem melhora. A realidade passada é sempre menos má do que efectivamente foi: a memória é uma falsária espantosa. É-se desonesto mesmo sem querer.”
“São tão estranhas as coisas.”
Le corps humain pourrait il bien n’être qu’une apparence. Il cache notre réalité, il s’épaissit sur notre lumière ou sur notre ombre. Victor Hugo
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