segunda-feira, agosto 28, 2006

É verdade...

... os dias estão a ficar mais pequenos e as noites maiores e mais frias. Começa a saber bem um cobertorzinho...

quinta-feira, agosto 24, 2006

Hamlet na Regaleira

A mais reconhecida peça de Shakespeare está em cena nos jardins da Quinta da Regaleira em Sintra até ao próximo dia 09 de Setembro, numa produção a não perder.
A mais recente produção do Teatro Tapafuros mantém os parâmetros a que já nos habituou, demonstrando, no entanto, uma maior maturidade, resultado da qualidade homogénea de todos os elementos que a compõem.
Sendo uma das mais extensas peças shakesperianas, Hamlet requer um enorme esforço físico por parte dos seus actores, nos quais é notória a entrega de corpo e alma às personagens, nunca cedendo a falhas no ritmo intrépido a que é transmitido o texto.
A encenação de Rui Mário é sóbria ao apostar na simplicidade de adereços (utilizando os estritamente necessários), sem deixar de demonstrar as complexidades da trama através de uma coreografia de grande beleza estética, que serve o texto na perfeição. Neste aspecto, é bem coadjuvado pela banda sonora omnipresente que se funde com as várias densidades dramáticas, sem, no entanto, as ofuscar.
De notar ainda, o criativo guarda-roupa que funde influências medievais e modernidade.
Não percam!

quarta-feira, agosto 23, 2006

Finalmente...

... descobri o nome de um filme que ví já há alguns anos no 5 Noites, 5 Filmes, mas como não vi o início nunca soube o nome. Está desvendado o mistério:

Tese, de Alejandro Amenábar
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Recomendo!

De Palhaços

Para mim os palhaços perderam grande parte da sua magia quando tinha uns sete, oito anos de idade. Foi quando percebi que a magia para funcionar em pleno exige uma certa distância entre o seu fazedor e o seu público. Uma vez diminuído esse afastamento qualquer momento é propicio ao desmantelar da magia.
Fui ao salão dos bombeiros assistir a um espectáculo para os sócios e uma das atracções era um palhaço para animar as crianças. Sentados todos em roda do palhaço foi uma completa alegria até ao momento em que num gesto aleatório sujei a manga do meu vestido azul com a tinta da maquilhagem dele. A partir desse momento já não consegui desfrutar da brincadeira. Só olhava para a mancha e pensava que o meu vestido tão lindo estava sujo e que a culpa era daquele palhaço e cada vez que olhava para ele já não via o palhaço mas sim alguém assim vestido.
Já não era divertido era algo esquisito e estranho. A roupa era suja nalgumas partes como se não sendo lavada após cada actuação. A maquilhagem estava longe de ser perfeita. Os contornos não eram tão precisos como primeiro pareciam e conseguia perceber a porosidade da sua pele.
E fiquei assim o resto da animação sentada a observar os pormenores a desfazer a ilusão, sorrindo sem convicção quando ele olhava para mim, pois eu percebia que para os outros miúdos aquilo estava a ser uma festa.
Fiquei satisfeita quando acabou e pudemos ir brincar à apanhada.

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Henry Miller

terça-feira, agosto 22, 2006

quinta-feira, agosto 17, 2006

LUCKY NUMBER SLEVIN



Uma excelente surpresa!

Depois da leitura da sinopse promocional a reacção foi: deve ser uma grande banhada, mas depois, há falta de outras boas opções, acabou por ser o título vencedor, e que se revelou um óptimo filme.
Um argumento muito bem construído e sublimado por uma edição excelente. A cinematografia e a trilha sonora a criarem a ambiência perfeitas à história. E, last but not least, as interpretações irrepeensiveis, com J. Hartnett a demonstrar que é muito mais do que um rosto bonito. Há já quem aposte em nomeações...

Como as cerejas

Gosto quando um livro/filme/música/quadro me leva a um filme/quadro/música/livro, sendo a ordem dos factores relativamente irrelevante.
Gosto que ao ver um filme como Mondigliani, assumidamente ficcional, me faça descobrir a veracidade por detrás da verosimilhança e assim rever os quadros de Picasso e de Mondigliani. Descobrir a existência de Utrillo e que Chaim Soutine não é só a personagem calmuca de um dos Contos Imprevistos de Roald Dahl. E para quem não conhece, foi este senhor que escreveu Charlie e a Fábrica de Chocolate que Burton adaptou ao cinema. Assim, chega-se a casa, pega-se na enciclopédia e ocupa-se mais uns bites na base de dados. E talvez seja agora a vez de descobrir Gertrud Stein e Jean Cocteau.
Gosto das invisíveis ligações que se tecem em tudo o que nos rodeia e apreendemos. Como quando ao ler H. Kunzru e Salman Rushdie constato o quão importante é a questão da identidade para um povo colonizado, uma questão próxima da realidade da nossa colonização e tantas vezes abordada por Agualusa. Somos o quê?
Pelo que apreendo a anglicidade e a lusofonia têm diferenças, ou talvez eu assim o sinta por não sentir o completo efeito da lusofonia, pois não é um conceito que me seja imposto. No entanto, sinto que a anglicidade de Dahl, Lodge, Kunzru e Rushdie são um conjunto de regras e convenções sociais quase intransponíveis.
A lusofonia, se é que são realmente conceitos paralelos ou até comparáveis, não o parece ser. Talvez seja devido ao nacional porreirismo.
Mas gosto de receber as linhas que se inscrevem nessas histórias e com elas tecer mas um pouco da minha malha de entendimentos.
Por isso, quando revistas e até iogurtes sugerem livros, não nego à partida um autor que desconheço. Nunca se sabe onde uma nova página nos levará.

P.s. E nem a propósito, entre escrever e postar este artigo comprei o livro Abril Despedaçado de Ismaíl Kandaré que serviu de base ao filme homónimo do brasileiro Walter Salles. Se a história é a mesma o cenário é bastante diferente.

sexta-feira, agosto 11, 2006

O Sorriso ao pé das Escadas, H. Miller

- Sermos nós próprios, unicamente nós próprios, é algo de extraordinário. Mas como chegar a isso, como alcança-lo? Ah!, eis o truque mais difícil de todos. Difícil, exactamente, porque não envolve esforço. Tentas não ser isto nem aquilo, nem hábil nem desajeitado… estás a perceber? Fazes o que te vem à mão. De boa vontade, bien entendu. Porque não há nada que não tenha a sua importância. Nada.
- … há milénios que os seres humanos se enganam no caminho, há milénios que todas as suas buscas e interrogações desaguam num beco sem saída.

quinta-feira, agosto 10, 2006

Quando o sol tomba no horizonte

Quando o sol tomba no horizonte
E a luz diáfana já não é suficiente
Para decifrar as letras que leio
Levanto os olhos e recebo
O seu vagaroso diluir
Quando somente uma réstia de luz
Cinza o céu
Olho para dentro e vejo o vazio
E fico triste
Ninguém entrará e tento ocupar o espírito
Até o sono vir
Mas o sono tarda, tarda
E a tristeza cresce
E quando cansada cede finalmente lugar ao sono
Será somente para ganhar forças
Amanha voltar novamente
Quando o sol tombar no horizonte.

segunda-feira, agosto 07, 2006

Penguin's 60s

Para comemorar os sessenta anos de existência, a Penguin reeditou 100 dos seus títulos mais emblemáticos, divididos por 20 temas. Alguns, poucos, estão lidos, outros dificilmente alguma vez o serão. No entanto, cá fica a listinha.

THE BEST JOURNEYS
On the Road
, Jack Kerouac – na prateleira, iniciado, mas não achei muita piada.
The Odyssey, Homer
The Grapes of Wrath, John Steinbeck
Three Men in a Boat, Jerome K. Jerome
Alice’s Adventures in Wonderland, Lewis Carroll – tenho uma aversão a esta personagem que não consigo explicar, dificilmente lerei o livro, mas nunca se sabe
THE BEST DECADENCE
The Great Gatsby, F. Scott Fitzgerald – na prateleira
Vile Bodies, Evelyn Waugh
The Picture of Dorian Gray , Oscar Wilde
The Beautiful and Damned, F. Scott Fitzgerald
Against Nature, J. K. Huysmans
THE BEST REBELS
The Autobiography of Malcolm X, Malcolm X
The Outsider, Albert Camus – a pergunta dos 12.500
Animal Farm, George Orwell – lido aos 17 contribuiu em muito para o meu cepticismo em relação ao ser humano, mesmo assim continuo a pensar que é preciso acreditar em ideais para que o mundo melhore
The Communist Manifesto, Karl Marx and Friedrich Engels
Les Misérables, Victor Hugo
THE BEST SCIENCE FICTION
The Time Machine, H. G. Wells
The Man in the High Castle, Philip K. Dick
The Invisible Man, H. G. Wells
The Day of the Triffids, John Wyndham
We, Yevgeny Zamyatin
THE BEST VIOLENCE
A Clockwork Orange
, Anthony Burgess
Hell’s Angels, Hunter S. Thompson
A Tale of Two Cities, Charles Dickens
Another Country, James Baldwin
In Cold Blood, Truman Capote – na prateleira, iniciado e não me parece que seja acabado tão depressa quanto isso
THE BEST HIGHS – nesta secção só mesmo o Trainspotting, muito Hilário!
Junky, William S. Burroughs
The Moonstone, Wilkie Collins
Confessions of an English Opium-Eater, Thomas De Quincey
The Subterraneans, Jack Kerouac
Monsieur Monde Vanishes, Georges Simenon
THE BEST SUBVERSION
1984, George Orwell
The Monkey Wrench Gang, Edward Abbey
The Prince, Niccolo Machiavelli
Bound for Glory, Woody Guthrie
Death of a Salesman, Arthur Miller
THE BEST CRIMES
Maigret and the Ghost, Georges Simenon
The Woman in White, Wilkie Collins
The Big Sleep, Raymond Chandler
A Study in Scarlet, Arthur Conan Doyle – hum, xiiii, há tantos anos
The Thirty-Nine Steps, John Buchan
THE BEST ADULTERY
Madame Bovary
, Gustave Flaubert
Thérèse Raquin, Emile Zola
Les Liaisons dangereuses, Choderlos de Laclos
The Scarlet Letter, Nathaniel Hawthorne – depois de The House of the 7 Gables não me parece que volte a pegar em Hawthorne
Anna Karenina, Leo Tolstoy
THE BEST DEBAUCHERY
I, Claudius
, Robert Graves – bem, agora a série está em DVD
Hangover Square, Patrick Hamilton
The Beggar’s Opera, John Gay – quem sabe um destes dias, afinal adorei a Ópera do Malandro do Chico Buarque
The Twelve Caesars, Suetonius
Guys and Dolls, Damon Runyon
THE BEST ACTION
Treasure Island, Robert Louis Stevenson – na prateleira
The Iliad, Homer
The Count Of Monte Cristo, Alexandre Dumas – depois do filme, deve ser difícil lê-lo
From Russia with Love, Ian Fleming
War and Peace, Leo Tolstoy
THE BEST LAUGHS
Cold Comfort Farm,
Stella Gibbons
The Diary of a Nobody, George and Weedon Grossmith
The Pickwick Papers, Charles Dickens
Scoop, Evelyn Waugh
Lucky Jim, Kingsley Amis
THE BEST CRAZIES
One Flew Over the Cuckoo’s Nest
, Ken Kesey
The Diary of a Madman, Nikolai Gogol
Wide Sargasso Sea, Jean Rhys
Crime and Punishment, Fyodor Dostoyevsky
Notes From Underground, Fyodor Dostoyevsky
THE BEST SEX
Story of the Eye, Georges Bataille
A Spy in the House of Love, Anaïs Nin
Lady Chatterley’s Lover, D. H. Lawrence – na prateleira, grande maluco para a época aquele Lawrence
Venus In Furs, Leopold Von Sacher-Masoch
The Canterbury Tales, Geoffrey Chaucer
THE BEST VILLAINS
The Brothers Karamazov, Fyodor Dostoyevsky
Heart of Darkness, Joseph Conrad – livro excelente, e, pela 59ª vez, afirmo a origem da melhor adaptação cinematográfica que já vi: Apocalipse Now
Diamonds are Forever, Ian Fleming
The Master and Margarita, Mikhail Bulgakov
The Secret Agent, Joseph Conrad
THE BEST LOVERS
A Room with a View,
E. M. Forster
Wuthering Heights, Emily Brontë – primeiro ano de faculdade, depois deste, nunca mais li um livro sem um lápis na mão para os sublinhados
Don Juan, Lord Byron
Love In A Cold Climate, Nancy Mitford
Cat on a Hot Tin Roof, Tennessee Williams
THE BEST HEROES
David Copperfield, Charles Dickens
Middlemarch, George Eliot
She, H. Rider Haggard
The Fight, Norman Mailer
No Easy Walk to Freedom, Nelson Mandela
THE BEST TEARJERKERS
Of Mice and Men,
John Steinbeck
The Age of Innocence, Edith Wharton – tema de trabalho na faculdade, gostei de pedir à professora se podia personalizar o tema pois não concordava com as duas propostas dela
Notre-Dame De Paris, Victor Hugo
Jude the Obscure, Thomas Hardy – na prateleira
The Old Curiosity Shop, Charles Dickens
THE BEST SPINE-TINGLERS
The Strange Case of Dr Jekyll and Mr Hyde, Robert Louis Stevenson
Dracula, Bram Stoke
Frankenstein, Mary Shelley – em tempos de clonagem, deveria ser leitura obrigatória, pois aborda muito claramente o tema da “criação artificial” de um ser e o modo como o tratamos
The Castle of Otranto, Horace Walpole – na prateleira
The Turn of the Screw, Henry James – na prateleira
THE BEST MINXES
Vanity Fair
, William Makepeace Thackeray
Lolita, Vladimir Nabokov
Baby Doll, Tennessee Williams
Breakfast at Tiffany’s, Truman Capote – ao contrário da música, adoro o filme
Emma, Jane Austen – filme engraçado

Dicionário

almofaça - do Ár. Almuhassa, s. f., escova de ferro com que se limpam os cavalos.

engolfado - adj., mergulhado, imerso; fig., absorto, concentrado.

malsão - fem. Malsã de mal + são, adj., doentio; insalubre; enfermiço; mal curado; fig., maldoso; maléfico.

estrénuo - do Lat. Strenuu, adj., tenaz; esforçado; valente; corajoso.

rododendro - do Lat. rododendron < Gr. rhodódendron < rhódon, rosa + déndron, árvore, s. m.,
género de ericáceas ornamentais; loendro; cevadilha.

sexta-feira, agosto 04, 2006

Em Valada deixei o meu coração

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Nem todas as férias são iguais, nem todas as férias conseguem em nós a sensação de zerar todas as contas. Nem todas as férias ou pausas ou companhias ou locais confluem para um novo ânimo, para a sensação de paz pela qual há muito aspirava. Por isso, quando essas férias acontecem guardamo-las em nós como um tesouro incalculável, feito de risos, de água morna, de tranquilidade, do ar ao fim da tarde a bater no nosso rosto e a secar o nosso cabelo, de um sorriso amistoso, do pôr do sol, do constante e apaziguador chilrear. Saí rejuvenescida, tranquila por ter descoberto um dos segredos da felicidade. Pronta para as próximas contas de cabeça e ciente de que agora basta fechar os olhos para regressar por momentos ao paraíso, não perdido, mas felizmente só partilhado por alguns.
De muitos agradecimentos, um em especial ao Mário pelo convite singelo. Recebi mais do que poderia alguma vez imaginar.

De vozes graves…

Resolvi pesquisar no meu porta CDs (é verdade ainda não aderi ao mp3) e o resultado foi:
Nana Caymi
André Sardet
Sting
Elvis Costello
Joss Stone
Mick Hucknall
Tori Amos
Bryan Ferry
Marisa Monte
Anne Sofie Von Otter
Bono
Maria Bethânia
George Michael
Chris Isaak
Freddie Mercury
Bruce Springsteen
Amália
Robbie William
Leonard Cohen
Carlos do Carmo
Definitivamente, vozes graves…

quarta-feira, agosto 02, 2006

No dia em que eu nasci...

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São os crianções. Eternamente joviais, têm uma loucurasadia que os faz interessar-se em várias coisas aomesmo tempo. Podem sobressair-se nas artes dramáticasou em qualquer área de expressão que use as palavras.Magnéticos e musicais, amam a beleza, a arte e adança.